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EDUCAÇÃO
Retirada de projeto que poderia demitir 92 mil professores ocorreu após protesto que reuniu 10 mil em São Paulo
Alckmin admite erro em plano para docente
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enviar à Assembléia Legislativa
o projeto que limita o tempo de
contratação de professores e servidores temporários foi um erro,
afirmaram o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
e o secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita. A proposta
levaria à demissão de 40% dos 230
mil professores -92 mil deles.
O projeto foi retirado anteontem à noite da Assembléia após
manifestação que reuniu cerca de
10 mil professores, mas Alckmin
disse que a razão do recuo não foi
o protesto. "Já havíamos detectado um problema jurídico", disse.
"A grandeza está em admitir
que houve um erro. Não houve
erro de má-fé, mas não se imaginou que professor seria prejudicado", afirmou Chalita.
Agora, Alckmin defende a necessidade de aperfeiçoar a proposta. "O projeto tem um problema, que atinge principalmente a
educação, e que teremos de resolver. Vamos reestudá-lo com os
representantes do magistério."
De um lado, afirmou Alckmin,
há o Ministério Público, que pressiona para que os servidores sejam efetivados, e, de outro, questões práticas.
O projeto original previa que todos os funcionários temporários
do Estado fossem contratados por
seis meses, com a possibilidade de
renovação por igual período.
Após um ano, seriam desligados.
Assim, as escolas estaduais precisariam, todo os anos, mudar seu
quadro docente, já que hoje 40%
dos professores são temporários.
O novo projeto deve demorar.
"Não vamos ter pressa. Se não está bom, corrige", disse Alckmin
em uma solenidade que reuniu
prefeitos de 196 municípios, que
receberão R$ 98 milhões para reforma e construção de escolas.
Chalita explicou que não é possível efetivar 100% dos professores porque há escolas pequenas,
sem carga horária suficiente para
um docente concursado, além da
necessidade de manter substitutos para o caso de afastamentos e
licenças de professores efetivos.
Mas o secretário garantiu que,
no início de 2006, apenas 15% dos
230 mil professores serão temporários. "Em dezembro, parte dos
19 mil docentes já aprovados no
concurso anterior será chamada."
O presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Carlos Ramiro, no entanto, defende que a
rede mantenha somente efetivos.
"Basta criar a figura do professor-adjunto. Ele é contratado para acompanhar o projeto pedagógico de uma escola e fazer as substituições necessárias."
Na quinta-feira, a Apeoesp se
reunirá com Chalita para discutir
novas propostas. Ramiro e o secretário concordam em um ponto: se os temporários forem mantidos, não será possível que fiquem apenas um ano na função.
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