São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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Nos enterros, música e salva de palmas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O bancário Francisco das Chagas Loiola foi enterrado ontem no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Tinha 44 anos. Uma semana antes, era um dos passageiros do Boeing da Gol que caiu na Amazônia, no maior acidente aéreo do país.
Loiola foi a primeira vítima a ser enterrada. Seu caixão estava vedado com fita adesiva. Era identificado por um papel colado ao pé do esquife com seu nome completo escrito a caneta. Na mesma tarde, também foram sepultados os restos mortais do publicitário Mario Leite Lleras, 25, e do analista de finanças do Tesouro Nacional José Inácio Trindade.
As três cerimônias foram simples. Orações, salvas de palmas. Deram a impressão de receber apenas parentes mais próximos e colegas de trabalho.
Jaqueline Alves Leal, mulher de Loiola, contou que o bancário lhe pediu, antes de viajar, para acender uma vela para sua proteção. Brincando, ela perguntou por que ele mesmo não fazia isso. O marido disse que acreditava mais na fé dela. "Não foi por acaso que seu corpo foi um dos primeiros a serem encontrados", afirmou Leal.
No enterro do funcionário do Tesouro, sua mulher, Luciene, cantou, primeiro sozinha, depois em coro, "Quando Te Vi", versão brasileira de "Till There Was You", dos Beatles. (IURI DANTAS)


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