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Nos enterros, música e salva de palmas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O bancário Francisco
das Chagas Loiola foi enterrado ontem no cemitério Campo da Esperança,
em Brasília. Tinha 44
anos. Uma semana antes,
era um dos passageiros do
Boeing da Gol que caiu na
Amazônia, no maior acidente aéreo do país.
Loiola foi a primeira vítima a ser enterrada. Seu
caixão estava vedado com
fita adesiva. Era identificado por um papel colado ao
pé do esquife com seu nome completo escrito a caneta. Na mesma tarde,
também foram sepultados
os restos mortais do publicitário Mario Leite Lleras,
25, e do analista de finanças do Tesouro Nacional
José Inácio Trindade.
As três cerimônias foram simples. Orações, salvas de palmas. Deram a
impressão de receber apenas parentes mais próximos e colegas de trabalho.
Jaqueline Alves Leal,
mulher de Loiola, contou
que o bancário lhe pediu,
antes de viajar, para acender uma vela para sua proteção. Brincando, ela perguntou por que ele mesmo
não fazia isso. O marido
disse que acreditava mais
na fé dela. "Não foi por
acaso que seu corpo foi um
dos primeiros a serem encontrados", afirmou Leal.
No enterro do funcionário do Tesouro, sua mulher, Luciene, cantou, primeiro sozinha, depois em
coro, "Quando Te Vi", versão brasileira de "Till There Was You", dos Beatles.
(IURI DANTAS)
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