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Professor de SP terá aula de especialização a distância
Cursos serão dados pelas universidades estaduais
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão José Serra (PSDB-SP) vai iniciar um programa de
ensino a distância para especialização de professores estaduais. No novo formato, o governo espera capacitar 110 mil
docentes, da quinta série ao ensino médio, já no ano que vem.
O projeto substituirá o Teia
do Saber/Universidade, uma
das principais ações de formação de educadores da gestão
Geraldo Alckmin (PSDB). A
iniciativa, que era presencial e
começou em 2003, atendeu no
ano passado a 10.319 professores (ao todo, são 155 mil de
quinta série ao ensino médio).
Outras mudanças: os cursos
serão oferecidos pelas universidades estaduais (USP, Unesp e
Unicamp) e terão carga horária
ampliada para 360 horas.
No Teia do Saber, as aulas
eram dadas por universidades
que venciam pregões (disputa
por preço, desde que atendidas
exigências mínimas), em geral
privadas. A carga horária era de
no máximo 200 horas.
"As avaliações mostraram
deficiências na aprendizagem
dos alunos, o que também tem
a ver com problemas de formação continuada dos professores", afirmou à Folha a secretária da Educação, Maria Helena
Guimarães de Castro.
Segundo a secretária, a modalidade a distância (via internet) era a única opção para
atender a um grande número
de professores, com cursos oferecidos por USP, Unesp e Unicamp. Estão previstos dois encontros presenciais semestrais.
Uma reunião hoje deve definir a distribuição dos 16 cursos
(13 de disciplinas e 3 de gestão)
entre as escolas. O programa
está inserido na Universidade
Virtual do Estado de São Paulo,
da Secretaria de Ensino Superior. Os docentes receberão diploma de pós-graduação lato
sensu e terão mais pontos para
avançar na carreira -para os
iniciantes, a formatura significará aumento salarial de 5%. A
participação será voluntária.
Na avaliação do governo, um
dos principais problemas do
modelo vigente é que muitas
vezes o que o docente aprende
no curso não tem efeito prático, pois não está atrelado ao
que é ensinado aos seus alunos.
Isso porque a definição dos
cursos é feita pelas próprias
instituições que ganham os
pregões -apenas seguem instruções gerais das diretorias
regionais de ensino. "Agora, os
cursos terão como base a proposta curricular que implantamos", disse Maria Helena.
A assessoria do titular da
Educação de Alckmin, Gabriel
Chalita, informou que ele só
concederia entrevista hoje. Em
ocasiões anteriores, Chalita
disse que os cursos tinham como base os resultados do Saresp (exame estadual) e havia
conteúdos gerais e específicos.
Para formar os 110 mil docentes, o governo espera gastar
R$ 52 milhões. No ano passado,
para capacitar 10.319, foram
gastos R$ 8,4 milhões.
Educadores
"Deveria haver mais carga
presencial, pois o convívio com
os colegas também faz parte da
formação", disse a coordenadora do curso de pedagogia da
Unicamp, Ângela Soligo.
"Na escolha por pregão, ganhava quem tinha melhor preço e não melhor qualidade",
disse João Cardoso Palma Filho, membro do Conselho Estadual de Educação. "As mudanças são positivas. E não influencia muito o fato de ser a
distância, porque há cursos
presenciais ruins também. Depende da implementação."
"Cada vez que troca secretário, troca o projeto. Isso tira a
continuidade dos programas",
afirmou a presidente da
Apeoesp (sindicato dos professores), Maria Izabel Noronha.
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