São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa de avião diz que manutenção estava em dia

Diretor da Reali afirma que vistoria na aeronave foi feita de 14 a 25 de outubro

A empresa, que diz ter 10 anos de operação e 10 aeronaves, contratou psicólogos para auxiliar familiares de vítimas

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor comercial Ricardo Gobbetti, da empresa Reali Táxi Aéreo -responsável pelo avião que despencou sobre uma casa na zona norte provocando a morte de oito pessoas no domingo- afirmou que a manutenção do Learjet estava em dia, que a empresa passou recentemente por fiscalização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e que os pilotos eram habilitados.
Gobbetti evitou apontar possíveis causas para o acidente. A polícia investiga, entre outras hipóteses, a de falha mecânica. "A aeronave estava com a manutenção em dia, os pilotos são habilitados e tinham experiência. As autoridades aeronáuticas que dirão o que aconteceu."
Ele criticou a recente restrição a serviços de táxi aéreo no aeroporto de Congonhas (SP), que fez com que a Reali tivesse que desviar operações para o aeroporto de Campo de Marte e Jundiaí (interior de SP). Mas não fez menção se a mudança teria alguma influência em relação ao acidente.
A empresa, diz, opera há 10 anos e tem 10 aeronaves. E a última fiscalização de manutenção foi feita pela Anac no final de setembro. A última manutenção, segundo ele, começou em 14 de outubro e terminou dia 25 do mesmo mês -feita pela mineira ABC Táxi Aéreo.

Treino em simulador
Gobbetti confirmou que o comandante do avião, Paulo Roberto Montezuma Firmino, não passou por um treinamento em simulador para esse tipo de avião -que só existe nos EUA- como determinado pela Anac desde o início deste ano. Esse treinamento, exigido pela agência de dois em dois anos, inclui situações de emergência.
De acordo com o executivo, o fato de não ter passado pelo simulador não impedia o piloto de voar. A Anac confirma a informação. Segundo a agência, a habilitação do comandante, que possuía 10.000 horas de vôo, metade delas em Learjet, venceria em junho do ano que vem. A partir dessa data, o treinamento seria obrigatório.
O diretor, que também é comandante e que era amigo dos pilotos do Learjet, afirmou que uma pane em um dos motores não inviabilizaria o comando do avião.

Empresa do Uruguai
No dia do acidente, o avião estava a serviço de Márcia Regina Gonçalves Faria, procuradora da Texdar, empresa de leasing dona do avião, sediada no Uruguai. Ela havia viajado no mesmo dia de Angra dos Reis a São Paulo, no mesmo avião, com os dois filhos e com Wagner Martins, dono da empresa de segurança Embrase. "O cliente [que seria buscado no Rio pelo avião acidentado] é da família da Márcia. Como houve deterioração do tempo, combinou-se que seria buscado no Rio [e não em Angra]."
Pelo contrato, de fevereiro, o acordo era que a Texdar alugaria o avião para a Reali, mas que seus representantes poderiam usá-lo quando necessário.
Segundo ele, a empresa contratou seis psicólogos para dar apoio aos familiares das vítimas. "Quando [as famílias] tiverem condições de negociar é que isso será tratado. Não posso precisar o valor do seguro, isso será apurado. A apólice coletiva é que cobre tudo". O seguro da Reali é o Unibanco AIG.


Texto Anterior: Violência: Acusados de extorsão no caso padre Júlio depõem à Justiça
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.