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Empresa de avião diz que manutenção estava em dia
Diretor da Reali afirma que vistoria na aeronave foi feita de 14 a 25 de outubro
A empresa, que diz ter 10 anos de operação e 10 aeronaves, contratou psicólogos para auxiliar familiares de vítimas
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor comercial Ricardo
Gobbetti, da empresa Reali Táxi Aéreo -responsável pelo
avião que despencou sobre
uma casa na zona norte provocando a morte de oito pessoas
no domingo- afirmou que a
manutenção do Learjet estava
em dia, que a empresa passou
recentemente por fiscalização
da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) e que os pilotos
eram habilitados.
Gobbetti evitou apontar possíveis causas para o acidente. A
polícia investiga, entre outras
hipóteses, a de falha mecânica.
"A aeronave estava com a manutenção em dia, os pilotos são
habilitados e tinham experiência. As autoridades aeronáuticas que dirão o que aconteceu."
Ele criticou a recente restrição a serviços de táxi aéreo no
aeroporto de Congonhas (SP),
que fez com que a Reali tivesse
que desviar operações para o
aeroporto de Campo de Marte
e Jundiaí (interior de SP). Mas
não fez menção se a mudança
teria alguma influência em relação ao acidente.
A empresa, diz, opera há 10
anos e tem 10 aeronaves. E a última fiscalização de manutenção foi feita pela Anac no final
de setembro. A última manutenção, segundo ele, começou
em 14 de outubro e terminou
dia 25 do mesmo mês -feita
pela mineira ABC Táxi Aéreo.
Treino em simulador
Gobbetti confirmou que o
comandante do avião, Paulo
Roberto Montezuma Firmino,
não passou por um treinamento em simulador para esse tipo
de avião -que só existe nos
EUA- como determinado pela
Anac desde o início deste ano.
Esse treinamento, exigido pela
agência de dois em dois anos,
inclui situações de emergência.
De acordo com o executivo, o
fato de não ter passado pelo simulador não impedia o piloto
de voar. A Anac confirma a informação. Segundo a agência, a
habilitação do comandante,
que possuía 10.000 horas de
vôo, metade delas em Learjet,
venceria em junho do ano que
vem. A partir dessa data, o treinamento seria obrigatório.
O diretor, que também é comandante e que era amigo dos
pilotos do Learjet, afirmou que
uma pane em um dos motores
não inviabilizaria o comando
do avião.
Empresa do Uruguai
No dia do acidente, o avião
estava a serviço de Márcia Regina Gonçalves Faria, procuradora da Texdar, empresa de
leasing dona do avião, sediada
no Uruguai. Ela havia viajado
no mesmo dia de Angra dos
Reis a São Paulo, no mesmo
avião, com os dois filhos e com
Wagner Martins, dono da empresa de segurança Embrase.
"O cliente [que seria buscado
no Rio pelo avião acidentado] é
da família da Márcia. Como
houve deterioração do tempo,
combinou-se que seria buscado
no Rio [e não em Angra]."
Pelo contrato, de fevereiro, o
acordo era que a Texdar alugaria o avião para a Reali, mas que
seus representantes poderiam
usá-lo quando necessário.
Segundo ele, a empresa contratou seis psicólogos para dar
apoio aos familiares das vítimas. "Quando [as famílias] tiverem condições de negociar é
que isso será tratado. Não posso precisar o valor do seguro, isso será apurado. A apólice coletiva é que cobre tudo". O seguro
da Reali é o Unibanco AIG.
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