São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

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Estudantes invadem reitoria da PUC-SP contra reestruturação

Invasores afirmam que as propostas, pouco discutidas, podem causar demissões e criticam a política de bolsas

Direção registrou boletim de ocorrência e acusou o grupo de derrubar uma parede, causando danos a equipamentos e instalações

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 150 alunos invadiram anteontem à noite a reitoria da PUC-SP, uma das universidades mais tradicionais do país. Eles protestam contra as alterações na estrutura administrativa que a instituição pretende implementar, na intenção de diminuir a burocracia.
Os manifestantes reclamam que não houve discussão suficiente para as mudanças, previstas para serem votadas em 12 de dezembro. Afirmam também que as mudanças podem trazer novas demissões e criticam a política de bolsas.
Em nota, a reitoria afirmou que a reestruturação (chamada de redesenho institucional) é "uma necessidade apontada pela própria comunidade" e que foi debatida de forma "democrática" em todas as unidades. Negou que haverá demissões e citou a criação de bolsas para os melhores estudantes da escola pública.
Nenhum integrante da reitoria concedeu entrevista. Ainda de acordo com a nota, os manifestantes derrubaram uma parede para entrar no prédio, o que provocou danos em equipamentos e instalações. Foi citada também agressão a seguranças. A direção da universidade registrou boletim de ocorrência no 23º DP (Perdizes).
Membros do GOE (grupo de operações especiais da Polícia Civil) foram ao local para negociar, mas não tiveram sucesso.
A comissão de imprensa do grupo, cujos integrantes não se identificam, afirmou que uma divisória foi retirada, mas depois recolocada. Os estudantes negam os danos em equipamentos e as agressões. A reportagem não teve acesso ao local.
A reitoria havia dado prazo até as 18h de ontem para que os alunos saíssem do prédio, sem que houvesse punição.
Os manifestantes decidiram permanecer, pois já estava marcada para as 21h uma assembléia -não finalizada até a conclusão desta edição.
A invasão ocorreu logo após uma audiência pública sobre o tema no Tuca, teatro que fica ao lado da reitoria. Os manifestantes afirmam que a direção não respondeu aos seus questionamentos sobre as mudanças e também sobre a concessão de bolsas de estudo e demissões.
As invasões de universidades começaram no primeiro semestre, na reitoria da USP. Já houve também atos na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) e em uma unidade da Unifesp, entre outros.
As reivindicações são diferentes em cada ação. Na PUC, uma aluna que participou da invasão disse que há estudantes da USP no movimento.

O redesenho
Atualmente, estão sendo analisadas na universidade três propostas de reestruturação (da reitoria, do Centro de Educação e da Faculdade de Economia e Administração).
A reitoria propõe, entre outras coisas, a criação de institutos, que eliminaria a existência de centros e faculdades. A intenção é agrupar áreas semelhantes de conhecimento, além de integrar a graduação e a pós-graduação -hoje separadas.
Para os manifestantes, a nova estrutura retira a participação estudantil, pois, hoje, eles são representados em comissões dos centros e faculdades.


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