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Após discussão, juiz mostra arma para promotor
Magistrado de São João del Rei (MG) diz que motivo do ato foi evitar "agressão mútua'; sindicato de promotores divulgou nota de repúdio
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Carlos Pavanelli Batista, da comarca de São João del
Rei (MG), foi acusado de ameaçar com um revólver o promotor de Justiça Adalberto de
Paula Christo Leite durante audiência na 1ª Vara Cível. O magistrado confirma que houve
"um atrito" com o promotor,
mas alega que agiu assim para
evitar "agressão mútua".
O fato ocorreu no dia 30 de
outubro e gerou nota de apoio
ao promotor, e de "repúdio" ao
juiz, distribuída pelo Sindicato
dos Promotores e Procuradores de Justiça no Estado de Minas Gerais (Sindi-MP).
Segundo a presidente do sindicato, Erika de Fátima Matozinhos Ribeiro Lisboa, o juiz
ofendeu a honra de membros
do Ministério Público e ameaçou "de modo sério, ostensivo e
iminente, com arma de fogo, a
vida do ilustre promotor".
O sindicato alega ainda que o
magistrado colocou em risco "a
integridade física dos advogados, servidores e demais pessoas presentes à audiência".
"Em momento algum apontei a arma para ele. Apenas
mostrei que estava armado. A
arma estava descarregada, e fiz
isso para evitar um dano maior,
uma agressão mútua", afirma o
juiz Carlos Pavanelli Batista.
Segundo seu relato, houve
uma tentativa de induzir a resposta de testemunhas, com bate-boca entre o promotor e a
defesa. Na discussão que se seguiu, ainda segundo o juiz, o
promotor Christo Leite disse
que a audiência era uma "farsa"
e o chamou de "farsante".
O juiz diz que, para tentar
acalmar os ânimos, uma advogada tentou oferecer água aos
participantes da audiência. O
magistrado diz que jogou a
água no chão, porque o copo foi
colocado em cima dos autos.
Ele diz que a Polícia Militar
foi chamada, tendo sido lavrada
ocorrência, encaminhada ao diretor do fórum. Mas nega ter
colocado em risco as pessoas
que estavam na audiência.
Segundo o magistrado, todos
os advogados que estavam na
audiência confirmaram por escrito sua versão.
O sindicato manifestou "irrestrito apoio ao promotor de
Justiça agredido", que -ainda
segundo a nota-, "apesar das
ofensas e das ameaças que sofreu, manteve no episódio comportamento condizendo com a
responsabilidade do cargo".
O Tribunal de Justiça de Minas informou que foi protocolada na Corregedoria-Geral de
Justiça uma representação
contra o juiz.
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