São Paulo, sábado, 07 de novembro de 2009

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Bando fecha rodovia, mata e
leva R$ 5 mi

Em ataque a carros-fortes, criminosos atiraram contra veículos de passeio a fim de parar trânsito na Anhanguera; empresário levou tiro de fuzil

Ataque ocorreu no km 162 da rodovia, em Araras (169 km de São Paulo); além dos carros-fortes, seis veículos de passeio foram atingidos

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Rodovia Anhanguera, anteontem, 18h30. Oito criminosos armados com fuzis, pistolas e uma metralhadora antiaérea fecham a pista no km 162, em Araras (169 km de São Paulo), disparam contra dois carros-fortes e também contra veículos de passeio. Levam R$ 5 milhões e matam um motorista que passava pelo local.
O empresário e corretor de seguros Ivo Zanatta Miranda, 59, que dirigia um Corolla rumo a Araras, morreu no local após ser atingido por um tiro de fuzil. Além dos carros-fortes da empresa Prosegur, seis veículos de passeio foram atingidos.
Segundo a polícia, a quadrilha portava uma metralhadora .30 -igual à usada por traficantes para derrubar um helicóptero da Polícia Militar do Rio no dia 17. Divididos em duas camionetes, uma Tucson e outra Hilux, os criminosos fecharam a via por dez minutos bem no horário de pico -o crime provocou congestionamento na pista das 18h30 às 21h30.
O ataque ocorreu na pista interior-capital. Ao ver a estrada travada pelos carros dos ladrões, o motorista de um dos carros-fortes tentou desviar, perdeu o controle e bateu num caminhão na pista contrária. Foi aí que os ladrões começaram a atirar até em carros comuns, para parar o trânsito e prejudicar a ação da polícia.
Três vigias ficaram feridos levemente, atingidos por estilhaços de projéteis. O motorista de um ônibus que vinha na pista contrária foi obrigado pelos criminosos a atravessar o veículo para bloquear o trânsito.
Após arrombar o carro-forte com bombas e colocar os malotes numa das camionetes, a quadrilha fugiu por uma estrada de terra. O roubo foi gravado por uma câmera da rodovia.
A ação gerou pânico e confusão entre motoristas. Alguns deixaram os veículos para se esconder num canavial. Outros voltaram pela contramão.
Por conta da organização dos ladrões e do poder de fogo, a polícia tem a convicção de que eles são ligados à facção PCC (Primeiro Comando da Capital), mas não acredita que tenham recebido ordens dos chefes do grupo para fazer o ataque. Segundo a polícia, os ladrões sabiam que todo o dinheiro estava apenas em um dos carros-fortes e os nomes de alguns dos oito seguranças.
O delegado Sydney Sully Urbach disse que a "Prosegur informou que a coleta do dinheiro foi feita fora dos padrões de segurança exigidos pela empresa". A transportadora não comentou a afirmação do policial.
Escutas telefônicas direcionadas a presos de Presidente Venceslau são investigadas pelo setor de inteligência da polícia na tentativa de descobrir quem são os ladrões.
Esse foi o terceiro assalto a carro-forte em menos de 30 dias no Estado -um foi em Mauá, na última quarta, quando roubaram R$ 1,5 milhão, e outro em Amparo (130 km de SP), em 13 de outubro, quando ladrões também usaram uma antiaérea .30 para levar R$ 1 milhão na SP-95. A polícia suspeita de ligação entre os casos de Amparo e o de Araras.


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