São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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Depois de seis meses, taxista vê queda em movimento noturno

DA REPORTAGEM LOCAL

Do dia 20 de junho, quando a lei seca entrou em vigor, até meados de agosto, o taxista Valmir Oliveira, 31, conta que chegava a fazer até oito corridas em uma madrugada de trabalho, das 22h às 4h. "Ontem [quinta-feira] fiz só duas corridas", diz ele, que notou queda de aproximadamente 40% no movimento de passageiros entre outubro e dezembro.
O faturamento também despencou: Oliveira, que chegava a tirar R$ 200 por madrugada em corridas na Vila Madalena e Pinheiros (zona oeste), agora leva apenas metade deste valor.
"Voltou ao que era antes", diz.
A taxista Aline Nunes, 24, concorda com o colega. Embora tenha notado que a "conscientização dos motoristas" aumentou após a lei seca, também estima em 40% a queda da procura por seu táxi à noite, no circuito av. Paulista, Vila Olímpia, av. Faria Lima e Morumbi (regiões oeste e sul da capital).
Embora não forneça estatísticas, o presidente do sindicato dos taxistas, Natalício Bezerra, confirma que, em relação às primeiras semanas após a implantação da lei seca, houve uma redução da procura pelo serviço. "Já deu uma relaxada. Não está como estava."
Mas ele comemora a elevação das viagens devido às festas de final de ano e saída dos paulistanos para compras de Natal. "Em dezembro as corridas aumentam. Mas a gente nunca sabe se são os cachaceiros ou quem vai ao shopping", diz.

Jarbas
O "Jarbas", um serviço de traslado ("personal driver", dizem os motoristas) em que os condutores se vestem a caráter, de terno inglês, colete, gravata, chapéu e tudo, teve uma ligeira queda na procura em bares, na comparação com as primeiras semanas de vigência da lei seca.
Em compensação, saltou de oito para 40 o número de motoristas contratados, e o serviço foi estendido a eventos e festas particulares, segundo um dos sócios e idealizadores do Jarbas, o empresário Luís Martins.
O atendimento, que começou em cinco bares associados na Vila Madalena, foi expandido para 37 do Itaim Bibi, da Vila Olímpia e de Moema, outros bairros boêmios e de baladas, e hoje também atende eventos.
O presidente do sindicato dos taxistas afirma que a entidade irá à Justiça tentar barrar os bares que oferecem serviço de transporte aos clientes. Alega que esse transporte não é legalizado. (VQG, RS e AI)


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