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Depois de seis meses, taxista vê queda em movimento noturno
DA REPORTAGEM LOCAL
Do dia 20 de junho, quando a
lei seca entrou em vigor, até
meados de agosto, o taxista Valmir Oliveira, 31, conta que chegava a fazer até oito corridas
em uma madrugada de trabalho, das 22h às 4h. "Ontem
[quinta-feira] fiz só duas corridas", diz ele, que notou queda
de aproximadamente 40% no
movimento de passageiros entre outubro e dezembro.
O faturamento também despencou: Oliveira, que chegava a
tirar R$ 200 por madrugada em
corridas na Vila Madalena e Pinheiros (zona oeste), agora leva
apenas metade deste valor.
"Voltou ao que era antes", diz.
A taxista Aline Nunes, 24,
concorda com o colega. Embora tenha notado que a "conscientização dos motoristas" aumentou após a lei seca, também
estima em 40% a queda da procura por seu táxi à noite, no circuito av. Paulista, Vila Olímpia,
av. Faria Lima e Morumbi (regiões oeste e sul da capital).
Embora não forneça estatísticas, o presidente do sindicato
dos taxistas, Natalício Bezerra,
confirma que, em relação às
primeiras semanas após a implantação da lei seca, houve
uma redução da procura pelo
serviço. "Já deu uma relaxada.
Não está como estava."
Mas ele comemora a elevação das viagens devido às festas
de final de ano e saída dos paulistanos para compras de Natal.
"Em dezembro as corridas aumentam. Mas a gente nunca sabe se são os cachaceiros ou
quem vai ao shopping", diz.
Jarbas
O "Jarbas", um serviço de
traslado ("personal driver", dizem os motoristas) em que os
condutores se vestem a caráter,
de terno inglês, colete, gravata,
chapéu e tudo, teve uma ligeira
queda na procura em bares, na
comparação com as primeiras
semanas de vigência da lei seca.
Em compensação, saltou de
oito para 40 o número de motoristas contratados, e o serviço
foi estendido a eventos e festas
particulares, segundo um dos
sócios e idealizadores do Jarbas, o empresário Luís Martins.
O atendimento, que começou em cinco bares associados
na Vila Madalena, foi expandido para 37 do Itaim Bibi, da Vila
Olímpia e de Moema, outros
bairros boêmios e de baladas, e
hoje também atende eventos.
O presidente do sindicato
dos taxistas afirma que a entidade irá à Justiça tentar barrar
os bares que oferecem serviço
de transporte aos clientes. Alega que esse transporte não é legalizado.
(VQG, RS e AI)
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