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Dona de rede de bares diz que procura de motoristas por serviço de carona é nula
DA REPORTAGEM LOCAL
Dona de cinco bares da rede
Biroska, no bairro de Santa Cecília (região central de SP), Lilian Gonçalves foi uma das pioneiras em anunciar um serviço
com dois carros para levar os
clientes de graça em casa depois da implantação da lei seca.
Nas últimas semanas, a Folha ligou duas vezes para se informar sobre a promoção, mas
os atendentes da rede diziam
que os veículos não estavam à
disposição, pelo menos em novembro e em dezembro.
Gonçalves atribui a informação a uma falha de comunicação, mas admite ter retirado
um dos dois carros da função
devido à falta de procura. Leia
trechos da entrevista com ela,
filha do cantor Nelson Gonçalves (morto em 1998) e que se
autodenomina "a rainha da
noite" paulistana:
(ALENCAR IZIDORO)
FOLHA - Soubemos que os carros
não estão funcionando desde novembro. Por quê?
LILIAN GONÇALVES - Estão funcionando. Os carros não pararam.
No momento a procura é muito
mínima, é quase nada. É uma
na vida, outra na morte.
FOLHA - Houve algum atendimento de um mês para cá?
GONÇALVES - Sim, claro. Às vezes um telefonista dá a informação errada. Agora neste mês
tem muita gente nova na empresa e nem sabe do carro. Falta fazer uma reunião geral urgentemente.
FOLHA - Então, os carros continuam?
GONÇALVES - Na verdade, com
um só, porque não tem necessidade mesmo. Mas a procura
praticamente zerou.
FOLHA - Por que você acredita que
a procura está tão baixa?
GONÇALVES - As pessoas se
adaptaram à lei, estão bebendo
menos, acompanhados de
quem não bebe e também se
conscientizaram.
FOLHA - Você não acredita que a lei
caiu em descrédito?
GONÇALVES - Não resta dúvida
de que a fiscalização foi bem
mais intensa no começo, como
todos os lançamentos de alguma lei. Mas vejo a conscientização das pessoas.
FOLHA - O consumo de bebidas já
voltou ao normal?
GONÇALVES - Ainda não está
normal. Converso em todas as
mesas e as pessoas falam: hoje
estou na água porque preciso
levar a turma. Então existe uma
conscientização mesmo.
FOLHA - Um representante da associação dos bares disse que oferecer
transporte não é viável.
GONÇALVES - Realmente é dispendioso. O motorista custa caro, tem gasolina, manutenção, a
compra do veículo. Tudo isso,
para uma empresa pequena,
não tem condições mesmo.
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