São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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Dona de rede de bares diz que procura de motoristas por serviço de carona é nula

DA REPORTAGEM LOCAL

Dona de cinco bares da rede Biroska, no bairro de Santa Cecília (região central de SP), Lilian Gonçalves foi uma das pioneiras em anunciar um serviço com dois carros para levar os clientes de graça em casa depois da implantação da lei seca.
Nas últimas semanas, a Folha ligou duas vezes para se informar sobre a promoção, mas os atendentes da rede diziam que os veículos não estavam à disposição, pelo menos em novembro e em dezembro.
Gonçalves atribui a informação a uma falha de comunicação, mas admite ter retirado um dos dois carros da função devido à falta de procura. Leia trechos da entrevista com ela, filha do cantor Nelson Gonçalves (morto em 1998) e que se autodenomina "a rainha da noite" paulistana: (ALENCAR IZIDORO)

 

FOLHA - Soubemos que os carros não estão funcionando desde novembro. Por quê?
LILIAN GONÇALVES -
Estão funcionando. Os carros não pararam. No momento a procura é muito mínima, é quase nada. É uma na vida, outra na morte.

FOLHA - Houve algum atendimento de um mês para cá?
GONÇALVES -
Sim, claro. Às vezes um telefonista dá a informação errada. Agora neste mês tem muita gente nova na empresa e nem sabe do carro. Falta fazer uma reunião geral urgentemente.

FOLHA - Então, os carros continuam?
GONÇALVES -
Na verdade, com um só, porque não tem necessidade mesmo. Mas a procura praticamente zerou.

FOLHA - Por que você acredita que a procura está tão baixa?
GONÇALVES -
As pessoas se adaptaram à lei, estão bebendo menos, acompanhados de quem não bebe e também se conscientizaram.

FOLHA - Você não acredita que a lei caiu em descrédito?
GONÇALVES -
Não resta dúvida de que a fiscalização foi bem mais intensa no começo, como todos os lançamentos de alguma lei. Mas vejo a conscientização das pessoas.

FOLHA - O consumo de bebidas já voltou ao normal?
GONÇALVES -
Ainda não está normal. Converso em todas as mesas e as pessoas falam: hoje estou na água porque preciso levar a turma. Então existe uma conscientização mesmo.

FOLHA - Um representante da associação dos bares disse que oferecer transporte não é viável.
GONÇALVES -
Realmente é dispendioso. O motorista custa caro, tem gasolina, manutenção, a compra do veículo. Tudo isso, para uma empresa pequena, não tem condições mesmo.


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