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foco
Adventista leva travesseiro para enfrentar 6 h de espera
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um cobertor vermelho em uma das mãos, um
travesseiro na outra e uma
Bíblia na mochila, Larissa
Olm, 20, entrou pelos portões da Escola Estadual Rodrigues Alves, na avenida
Paulista, onde prestaria o
Enem no último sábado.
Era pouco antes das 13h,
hora marcada para o início
da prova. Mas ela só pôde começar o exame seis horas e
40 minutos depois. Adventista, o sábado, na religião
dela, é sagrado. Somente
após o pôr do sol a prova poderia ser iniciada.
Religiosos que guardam o
sábado, como os adventistas
ou judeus ortodoxos, puderam fazer a prova à noite,
mas tiveram que chegar no
mesmo horário de todos os
outros candidatos.
A espera seria até as
19h43, quando o Sol se pôs
anteontem. Mas o MEC (Ministério da Educação) decidiu que as provas seriam entregues às 19h. "Tivemos que
ficar de braços cruzados, esperando dar o horário. Faltou tempo."
À tarde, porém, o tempo
sobrou. Não era permitido
material de leitura, a não ser
a Bíblia. Celulares ficaram
desligados; sair da sala, só
para ir ao banheiro.
O jeito foi dormir. Depois
da prova, ela deixou a escola
às 23h30. "Fui bem, mas não
estava cem por cento. A prova deveria ser em dois domingos."
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