FERNANDO ROSSETTI
enviado especial a Recife (PE)

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) assinou na sexta-feira passada um convênio de parceira com a Universidade de Kansas, dos EUA, que pode ser o embrião de uma mudança completa na forma como pacientes são atendidos pelas redes de saúde nas regiões rurais do país.
A parceria envolve troca de informações e desenvolvimento de experiências conjuntas na área de telemedicina -um termo amplo, que os especialistas da Universidade de Kansas definem como "o uso de tecnologias de telecomunicações para fornecer serviços de saúde a distância".
Um exemplo primário seria um médico fazer uma consulta por telefone. Mas, com os avanços tecnológicos em curso no mundo, pode significar também um paciente com doença crônica ter em casa um dispositivo que envia ao hospital, periodicamente, todos os sinais vitais da pessoa.
Para o Norte e Nordeste, que têm boa parcela da população vivendo no meio rural, isso pode significar uma ampliação sem precedentes do acesso a serviços de saúde.
Um clínico geral ou mesmo uma enfermeira em um posto de saúde do interior poderá contar com o auxílio de especialistas baseados nas regiões metropolitanas para fazer diagnósticos ou receitar tratamentos aos pacientes.
"Esse projeto, ainda em sua fase embrionária, terá um impacto grande na área de saúde e na qualidade de vida do cidadão pernambucano", afirmou o reitor da UFPE, Mozart Neves Ramos, na abertura do 1º Workshop Internacional de Telemedicina, em Recife.
A assinatura do convênio foi feita na "presença", por televisão, da equipe do Centro de Medicina da Universidade de Kansas e foi testemunhada pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que estava na cidade para o lançamento na região do programa "Toda Criança na Escola".
A Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco está instalando uma rede de fibras óticas que já interliga 21 municípios. É essa rede que deverá dar suporte à expansão da telemedicina para o interior do Estado.