São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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REBOUÇAS

Prefeita diz que construção de túneis vai piorar o trânsito na rua onde mora

Marta diz que obra também a prejudica

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou ontem que também será temporariamente prejudicada pela construção de dois túneis na região da Faria Lima (zona oeste). Ela mora na rua Dinamarca, onde o estacionamento será proibido, próximo à rua Áustria, que passará de mão dupla a única.
"O trânsito vai aumentar bastante lá. Sei que a gente vai passar um momento desconfortável. Mas a gente aguenta uns meses para depois ter os benefícios", afirmou, após ser questionada sobre as queixas de moradores.
A obra que afetará a vizinhança de Marta é a construção de um túnel, a partir do próximo domingo, no cruzamento da Faria Lima com a avenida Cidade Jardim. No domingo passado, as obras começaram no cruzamento da Faria Lima com a Rebouças, que está parcialmente interditada.
Ontem, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 2,5 km de lentidão na Rebouças, às 19h. Segundo técnicos da companhia, o congestionamento não está relacionado à obra, e sim a uma blitz na ponte Eusébio Matoso, que prejudicou o fluxo.
Um dos moradores que já está incomodado com as obras é o senador Eduardo Suplicy, ex-marido da prefeita. Os dois se encontraram ontem, no Palácio das Indústrias, para receber a visita de um acadêmico belga.
O senador mora na rua Sampaio Vidal, transformada em desvio para o tráfego que passava pela avenida Rebouças. "Era uma rua relativamente mais sossegada. Agora, entre as 22h e as 7h, o barulho é razoável e é até difícil para dormir", disse. "Mas eu nem vim reclamar sobre isso com a prefeita", brincou Suplicy.
Já a designer Heloisa Barros, 50, não vê motivo para brincadeiras. Como agora é proibido estacionar na rua, ela terá que pagar R$ 500 por mês para guardar dois carros da família em um estacionamento próximo. Além disso, Barros afirma que não consegue dormir nem com tampões de ouvido em razão do barulho durante a noite.
A principal reclamação da designer, porém, é outra: como agora o embarque e desembarque de carga na rua é proibido das 7h às 22h, ela não tem como levar ao local o material necessário para terminar a casa que estava construindo desde outubro.
"Como essa área é tombada pelo Condephaat, eu passei um ano e meio tentando aprovar o projeto. Quando consigo, vem a prefeitura e altera tudo", afirma.


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