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União libera verba de emergência para o Rio
Mortes no Estado por causa das chuvas chegam a 30; governador diz que acordo garantirá recursos para reparar estradas e pontes
Em Campos, principal cidade do norte fluminense, o rio Paraíba do Sul está
bem acima do nível normal e ameaça inundar o centro
JANAINA LAGE
ENVIADA ESPECIAL A NOVA FRIBURGO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O Rio de Janeiro vai receber
auxílio do governo federal para
resolver os danos causados pelas chuvas por meio de medida
provisória, informou o governador Sérgio Cabral (PMDB).
O Estado precisa de R$ 35
milhões para obras de reparação dos danos em estradas e
pontes. Segundo o governador,
R$ 23 milhões do total serão
destinados para recuperar estradas e R$ 12 milhões para a
conclusão da ponte de Campos,
para escoar o tráfego na região
entre o Rio e o Espírito Santo.
O governo estadual admitiu
que não tem os recursos necessários para resolver o problema. "Com uma provisão de recursos que não é capaz de garantir o pagamento de toda a
folha de pagamento, imagine
para essa necessidade", disse.
Cabral participou ontem de
reunião com prefeitos da região
serrana do Rio e com o ministro
da Integração Regional, Pedro
Brito, em Nova Friburgo, o município mais afetado, com 11
mortos e 282 pessoas alojadas
em escolas públicas. Segundo o
governador, 26 municípios estão em situação de emergência.
Brito disse que o presidente
Lula já deixou claro que pretende liberar o mais rápido possível os recursos. O governo federal já liberou dinheiro para a
compra de colchonetes, cestas
básicas e remédios.
Vítimas
Mais dois corpos de vítimas
da chuvas foram achados ontem no Rio. Agora são 30 os
mortos desde terça-feira, quando as chuvas se intensificaram.
Bombeiros acharam em um
sítio em Sumidouro soterrado
há três dias o corpo de Sebastiana Rodrigues Pereira.
Em Campos, foi retirado ontem das águas do rio Paraíba do
Sul o corpo de Matheus Guedes
de Oliveira, 4.
A situação em Campos, no
norte fluminense, é uma das
mais graves. O Paraíba do Sul
está bem acima de seu nível e
ameaça inundar o centro.
O boletim divulgado à tarde
pela Defesa Civil indica haver
em todo o Estado 6.473 desalojados (tiveram de sair de suas
casas) e 5.718 desabrigados
(perderam suas casas).
São Paulo
No sábado, as chuvas provocaram o rompimento de uma
adutora em Quatá, no oeste do
Estado. O problema levou à interdição da rodovia Homero
Severo Lins (SP-284).
Outra rodovia comprometida foi a Marechal Rondon (SP-300), interditada entre os quilômetros 236 e 240- havia risco de escorregamento de rochas- e entre os quilômetros
190 e 192, devido ao transbordamento do rio das Conchas.
Em Reginópolis (423 km a
noroeste de São Paulo), o transbordamento de um rio e de dois
córregos inundou vias e 34 residências -20 famílias precisaram ser abrigadas numa escola.
Além disso, foi preciso interromper o trânsito na rodovia
Hilário Jorge Espuri (SP-331),
pois a chuva levou ao afundamento das cabeceiras da ponte
sobre o rio Batalha.
Em Getulina, na mesma região, 50 pessoas foram alojadas
numa escola devido ao transbordamento de um rio.
Em Lins, uma residência desabou, e em Pongaí, caiu a cabeceira da ponte que liga a entrada da cidade à rodovia Américo
Augusto Pereira (SP-333).
Em Campos do Jordão (167
km a nordeste de SP), 32 pessoas tiveram de ser removidas
de suas casas e levadas para um
ginásio de esportes.
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