São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Conversão proibida será multada por radares na Sumaré

CET decide manter faixa exclusiva de motos na avenida, mas adotará fiscalização eletrônica de retorno irregular

Acidentes só mudaram de perfil após a implantação de pista para motocicletas em 2006, segundo gerente de segurança da companhia

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A avenida Sumaré, na zona oeste, vai continuar com sua faixa exclusiva para motocicletas e receberá os primeiros radares de São Paulo capazes de fotografar veículos que fazem conversão proibida à esquerda.
A decisão foi tomada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diante dos relatórios técnicos de avaliação de um ano da experiência, completado em setembro de 2007.
"Os acidentes se mantiveram, mas mudaram de perfil. Antes eram as motos que circulavam entre os carros [e que sofriam quedas ou eram atingidas]. Agora são os carros que fazem conversão proibida à esquerda e pegam as motos na faixa", afirmou à Folha Nancy Schneider, gerente de segurança do trânsito da CET.
Para ela, houve um saldo positivo na implantação da faixa exclusiva devido à ordenação do tráfego e pelo fato de ela ter a aprovação maciça entre motociclistas. Mas foi verificada alta incidência de motoristas que tentam fazer retorno ou conversão proibida -por vezes atingindo as motos na faixa.
Por esse motivo a companhia decidiu instalar na Sumaré nos próximos meses os primeiros radares da capital paulista que flagram a irregularidade da conversão proibida à esquerda.
Esse tipo de aparelho de fiscalização eletrônica foi regulamentado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) no final de 2007, por solicitação da autarquia de trânsito de Fortaleza, no Ceará.
O código de trânsito prevê que a conversão à direita ou à esquerda em lugares proibidos pela sinalização é infração grave -multa de R$ 127,69. Já a multa de retorno em lugar proibido é de R$ 191,54.
O fluxo de motos na Sumaré nos picos era de 300 por hora. Em 2005, antes da implantação da faixa, houve 46 acidentes com vítimas na avenida, oito dos quais com motos -sendo que dois resultaram em mortes. A CET não forneceu as estatísticas de 2006 e 2007 até a conclusão desta edição.
A principal cobrança de entidades que representam os motociclistas é a demora da CET para expandir a faixa exclusiva para outras vias, já que a Sumaré não está entre os lugares com grande fluxo desse tipo de veículo. O corredor da av. 23 de Maio, por exemplo, tem mais de 1.500 motos/hora nos picos.
A CET planeja adotar a faixa exclusiva de motos em outras vias -há estudos para a própria 23 de Maio. Segundo Nancy Schneider, "há intenção de expandir a experiência", mas ela ainda não está consolidada e não deve ser em curto prazo.
Um dos motivos para a demora das definições, além da falta de espaço nas vias, é a própria resistência de uma parcela de motoristas. Na Sumaré, houve críticas aos congestionamentos em trechos ao mesmo tempo em que a faixa de motos é subutilizada, além da queda da velocidade permitida de 70 km/h para 60 km/h.


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