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Conversão proibida será multada por radares na Sumaré
CET decide manter faixa exclusiva de motos na avenida, mas adotará fiscalização eletrônica de retorno irregular
Acidentes só mudaram de
perfil após a implantação
de pista para motocicletas
em 2006, segundo gerente
de segurança da companhia
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A avenida Sumaré, na zona
oeste, vai continuar com sua
faixa exclusiva para motocicletas e receberá os primeiros radares de São Paulo capazes de
fotografar veículos que fazem
conversão proibida à esquerda.
A decisão foi tomada pela
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diante dos relatórios técnicos de avaliação de
um ano da experiência, completado em setembro de 2007.
"Os acidentes se mantiveram, mas mudaram de perfil.
Antes eram as motos que circulavam entre os carros [e que sofriam quedas ou eram atingidas]. Agora são os carros que fazem conversão proibida à esquerda e pegam as motos na
faixa", afirmou à Folha Nancy
Schneider, gerente de segurança do trânsito da CET.
Para ela, houve um saldo positivo na implantação da faixa
exclusiva devido à ordenação
do tráfego e pelo fato de ela ter
a aprovação maciça entre motociclistas. Mas foi verificada
alta incidência de motoristas
que tentam fazer retorno ou
conversão proibida -por vezes
atingindo as motos na faixa.
Por esse motivo a companhia
decidiu instalar na Sumaré nos
próximos meses os primeiros
radares da capital paulista que
flagram a irregularidade da
conversão proibida à esquerda.
Esse tipo de aparelho de fiscalização eletrônica foi regulamentado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) no final de 2007, por solicitação da autarquia de trânsito de Fortaleza, no Ceará.
O código de trânsito prevê
que a conversão à direita ou à
esquerda em lugares proibidos
pela sinalização é infração grave -multa de R$ 127,69. Já a
multa de retorno em lugar
proibido é de R$ 191,54.
O fluxo de motos na Sumaré
nos picos era de 300 por hora.
Em 2005, antes da implantação da faixa, houve 46 acidentes com vítimas na avenida, oito dos quais com motos -sendo que dois resultaram em
mortes. A CET não forneceu as
estatísticas de 2006 e 2007 até
a conclusão desta edição.
A principal cobrança de entidades que representam os motociclistas é a demora da CET
para expandir a faixa exclusiva
para outras vias, já que a Sumaré não está entre os lugares
com grande fluxo desse tipo de
veículo. O corredor da av. 23 de
Maio, por exemplo, tem mais
de 1.500 motos/hora nos picos.
A CET planeja adotar a faixa
exclusiva de motos em outras
vias -há estudos para a própria
23 de Maio. Segundo Nancy
Schneider, "há intenção de expandir a experiência", mas ela
ainda não está consolidada e
não deve ser em curto prazo.
Um dos motivos para a demora das definições, além da
falta de espaço nas vias, é a própria resistência de uma parcela
de motoristas. Na Sumaré,
houve críticas aos congestionamentos em trechos ao mesmo
tempo em que a faixa de motos
é subutilizada, além da queda
da velocidade permitida de 70
km/h para 60 km/h.
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