|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Professora é presa acusada de matar filho
Garoto de cinco anos havia sido adotado por ela em março e, segundo a polícia, morreu um dia depois de ser espancado
Mulher confessou o crime, diz a polícia; Vara da Infância e da Juventude vai apurar se houve alguma irregularidade na adoção
TALIS MAURÍCIO
DO "AGORA"
A professora Solange Gusson
Machado, 42, foi presa em flagrante anteontem à tarde depois de, segundo a polícia, confessar ter espancado com socos
um de seus dois filhos adotivos
-um menino de cinco anos.
A agressão aconteceu na noite da última segunda, na casa
onde os três viviam, em Pirituba (zona norte de SP).
Peterson morreu um dia depois, com hemorragia interna
na região torácica e abdominal.
Segundo o laudo do IML, ele tinha hematomas em todo o corpo, inclusive na cabeça. Havia
lesões recentes e antigas. "Presume-se que ele era espancado
com frequência", diz o investigador-chefe Wagner Agnolon.
Segundo a polícia, a agressão
ocorreu por volta das 19h de segunda. No dia seguinte, pela
manhã, o menino começou a
vomitar e eles foram para a casa
de uma tia dela, em Osasco
(Grande SP). À tarde, seguiram
para a casa de um outro tio, em
Campo Limpo Paulista (53 km
de SP). O garoto piorou.
"Decidiram levar o menino
ao médico, e a Solange queria
levá-lo ao [hospital do] Servidor Público. Mas, no caminho,
ele desmaiou e acabaram indo
ao posto de saúde de Cajamar
[Grande SP], que fica no caminho", disse o irmão da professora, o autônomo Artur Gusson
Machado, 41.
Segundo os funcionários da
unidade de saúde de Cajamar,
ele já chegou morto. Os médicos estranharam os hematomas no corpo da criança e chamaram a polícia. Levada à delegacia, Solange confessou.
A professora foi indiciada por
homicídio qualificado e está
presa na Cadeia Pública Feminina de Mairiporã (Grande SP).
O outro filho adotivo, um menino de quatro anos, será entregue ao pai dela -considerado
seu avô.
Foram pedidos exames para
saber se ele era agredido. À polícia o menino de quatro anos
disse que nunca apanhou e que
o seu irmão mais velho foi espancado porque vomitava
constantemente.
O investigador-chefe disse
que Solange não chorou e se
mostrou bastante fria. "Questionei o que ela merecia e ela
respondeu: "Ser presa". O motivo? Ela não apresentou nenhum", disse Agnolon.
A professora tinha adotado
os meninos havia menos de um
ano. A guarda deles foi cedida
pela Vara da Infância e da Juventude da Lapa, em 18 de março de 2008.
Parentes de Solange reclamaram da forma como as
crianças foram entregues a ela.
"Antes de autorizarem a adoção, deveriam procurar alguém
da família para saber se ela tinha condições psicológicas.
Ninguém nunca nos procurou", disse o irmão.
A Vara da Infância e da Juventude da Lapa afirmou que
vai desarquivar o processo e
apurar se houve irregularidades na adoção.
A reportagem não conseguiu
falar com Solange ontem. Segundo a polícia, ela ainda não
tem advogado constituído.
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Chocados, colegas dizem que docente era "exemplar" Índice
|