São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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1.520 não retornam a prisão após saída temporária

Número representa 7,41% dos beneficiados no Natal e Ano-Novo; entre os foragidos está o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos

DA FOLHA ONLINE

Dos 20.514 detentos de São Paulo beneficiados com a saída temporária para comemorar as festas de Natal e Ano-Novo, em 2008, 1.520 (7,41%) não voltaram às unidades prisionais e estão foragidos, segundo divulgou ontem a Secretaria da Administração Penitenciária.
De acordo com o órgão, em 2007, 17.968 detentos foram beneficiados com a saída temporária no Estado. Desses, 1.143 presos (6,36%) não voltaram para os presídios.
Em 2006, a saída temporária de Natal e Ano-Novo beneficiou 14.323 detentos. Desse total, 974 presos também não regressaram (6,81%), segundo a Secretaria da Administração Penitenciária.
Entre os foragidos deste ano está o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, 61, que não voltou para a prisão no último sábado.
A polícia informou que não montou operação para recapturá-lo. Preso em 1981 pelos crimes de homicídio, roubo de joias e carros, tráfico de drogas e contrabando, cumpria pena em regime semiaberto na penitenciária de Valparaíso (564 km de SP), desde agosto do ano passado.
"Resolvi abandonar esse sistema prisional corrupto e repressor, na esperança de que apareça um político visionário, para constatar as mazelas do sistema", disse em entrevista à Folha na semana passada, enquanto gozava do benefício.

Benefício
A saída temporária é concedida pela Justiça só aos presos que cumprem pena no semiaberto e que apresentam bom comportamento.
Segundo a Justiça, os presos beneficiados podem ficar até, no máximo, sete dias fora das prisões. Aqueles que não regressam após o término do prazo são considerados foragidos e, caso recapturados, perdem o direito à progressão de regime -retornando ao fechado.
Conforme a Lei de Execuções Penais, as saídas temporárias são concedidas na Páscoa, no Dia dos Pais, no Dia das Mães, no Dia da Criança -ou Finados- e nas festas de Natal e Ano-Novo.
No país, cerca de 160 mil presos deixaram as penitenciárias no fim de ano.


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