São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011

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Surto de diarreia atinge Guarujá e Praia Grande

Autoridades sanitárias ainda não sabem qual é o agente causador da doença

Pelo menos 700 pessoas foram atendidas na rede pública de saúde do Guarujá; exames ainda não são conclusivos


TALITA BEDINELLI
ENVIADA ESPECIAL AO GUARUJÁ

Um surto de diarreia atingiu o Guarujá e a Praia Grande, no litoral sul paulista, neste verão. Ainda não se sabe se a doença é causada por vírus ou bactéria.
Nos primeiros cinco dias do ano, segundo a Prefeitura do Guarujá, 700 casos foram registrados nos hospitais públicos -uma média de 110 a 140 por dia. O número é três vezes mais alto que o normal.
No hospital Santo Amaro -particular-, foram atendidas 400 pessoas em um dia. No Medical Care, foram 180, segundo o médico Ricardo Auad, que trabalha nos dois.
Os dados da prefeitura são preliminares, mas podem indicar que o surto seja maior.
No verão passado, entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010, foram 1.774 casos -média de 29 por dia.
Em Praia Grande também houve casos da doença. Do Natal até quinta, eram 320 casos. O normal é de 50 a 60 a cada dez dias. O número, no entanto, é menor que o do Natal de 2009 e os primeiros dias de 2010: 1.600.
Por causa do surto, os hospitais do Guarujá estavam cheios. No principal pronto-socorro da cidade pacientes tiveram de esperar mais de três horas por medicação.
Lilia Rolandia da Silva, 40, foi ao hospital com a filha Priscila Meirelles, 17. Desde quinta, elas estão com vômito e diarreia. Ela creditava a doença à água da cidade.
Vanuza Araújo, 43, passou mal na semana passada e ontem levava a mãe ao hospital. "Quando chove, sai até folha pela torneira", disse.
A prefeitura diz que a vigilância epidemiológica fez testes na água e não detectou nada de anormal.
Para o gerente de urgências da prefeitura, Augusto Bustamante, ainda não é possível saber se o causador do surto é uma bactéria (transmitida por alimentos ou água) ou um vírus (transmitido pelo ar) porque o número de casos testados ainda não permite a conclusão.
Resultados conclusivos só devem sair em 30 dias.
"O laboratório Fleury alertou que o norovírus pudesse afetar o litoral", disse ele.
Celso Granato, infectologista do Fleury, diz que o laboratório fez o aviso com base em relatos sobre o vírus em alguns navios. No entanto, ele afirma que o norovírus costuma espalhar-se em ambientes fechados.


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