São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2005

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CARNAVAL

Escola teve problemas com um de seus carros alegóricos, mas ganhou tempo para corrigir a falha e deve voltar ao Grupo Especial

Gaviões renasce com a ajuda da Liga

DO "AGORA"

Eram 2h54 de ontem, ainda restavam 22 minutos para o início do desfile, e os intérpretes já convocavam a torcida da Gaviões da Fiel para "renascer das cinzas" após o desastre do ano passado, quando o último carro alegórico quebrou e fez com que a escola fosse rebaixada ao Grupo de Acesso.
De repente, o fantasma ressurgiu: o eixo do carro abre-alas, que representava a idade das Trevas e a fênix -ave que na mitologia renasce das cinzas- quebrou.
Enquanto soldadores tentavam corrigir o defeito, foliões choravam. Alguns, ajoelhados, olhavam para o céu e rezavam.
Diretores da escola chegaram a ameaçar de morte o repórter do jornal "Agora São Paulo" que tentou verificar o defeito. A reportagem flagrou um componente da escola com uma arma. A confusão acabou após a intervenção de outro integrante da escola.
A Liga das Escolas de Samba disse que "concedeu 20 minutos de tolerância" à Gaviões, para que corrigisse o problema. Mais tarde, o presidente da escola, Ronaldo Pinto, atribuiu a demora a um problema no sistema de som.
Às 3h29, a Gaviões iniciou o desfile com o enredo "Renasce, sacode a poeira e dá a volta por cima". A passagem da escola foi marcada pelo luxo e empolgação dos integrantes. Nas alas, sucediam-se senhoras em roupas medievais, bruxos, fogueiras e referências aos hábitos greco-romanos e a Leonardo da Vinci.
Também houve um contratempo com o gerador de energia do carro das trevas, que quebrou. Mas o problema não comprometeu o desfile. Foram 59 minutos de folia, um minuto a menos do tempo limite. "Vamos voltar para o Grupo Especial", comemorava o presidente da escola, Ronaldo Pinto. Segundo ele, a Gaviões gastou R$ 1,3 milhão. Entre os convidados, desfilaram ex-jogadores, como Sócrates e Neto, o rapper Rappin" Hood e Tiazinha.

Arquibancada lotada
A torcida corintiana lotou as arquibancadas do Sambódromo. A segurança Glória Regina Chaves dos Santos, 44, e o marido, o auxiliar laboratorial Olavo Nogueira da Silveira, 45, fizeram questão de comprar binóculos durante a semana apenas para assistir ao desfile da Gaviões no último domingo. "Foram caros, mas são dos bons. Nossa escola merece", afirmou Glória.
Apesar de ter desfilado na Pérola Negra, o auxiliar contábil Leandro Ferreira do Amaral, 25, é fã da Gaviões da Fiel. "Fui aos ensaios todas as sextas-feiras", disse.
Ele estava muito confiante. "Esse ano ela vem para ganhar, olha a arquibancada, só tem corintiano", afirmou Amaral.


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