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CARNAVAL
Escola teve problemas com um de seus carros alegóricos, mas ganhou tempo para corrigir a falha e deve voltar ao Grupo Especial
Gaviões renasce com a ajuda da Liga
DO "AGORA"
Eram 2h54 de ontem, ainda restavam 22 minutos para o início do
desfile, e os intérpretes já convocavam a torcida da Gaviões da Fiel
para "renascer das cinzas" após o
desastre do ano passado, quando
o último carro alegórico quebrou
e fez com que a escola fosse rebaixada ao Grupo de Acesso.
De repente, o fantasma ressurgiu: o eixo do carro abre-alas, que
representava a idade das Trevas e
a fênix -ave que na mitologia renasce das cinzas- quebrou.
Enquanto soldadores tentavam
corrigir o defeito, foliões choravam. Alguns, ajoelhados, olhavam para o céu e rezavam.
Diretores da escola chegaram a
ameaçar de morte o repórter do
jornal "Agora São Paulo" que tentou verificar o defeito. A reportagem flagrou um componente da
escola com uma arma. A confusão acabou após a intervenção de
outro integrante da escola.
A Liga das Escolas de Samba
disse que "concedeu 20 minutos
de tolerância" à Gaviões, para que
corrigisse o problema. Mais tarde,
o presidente da escola, Ronaldo
Pinto, atribuiu a demora a um
problema no sistema de som.
Às 3h29, a Gaviões iniciou o
desfile com o enredo "Renasce,
sacode a poeira e dá a volta por cima". A passagem da escola foi
marcada pelo luxo e empolgação
dos integrantes. Nas alas, sucediam-se senhoras em roupas medievais, bruxos, fogueiras e referências aos hábitos greco-romanos e a Leonardo da Vinci.
Também houve um contratempo com o gerador de energia do
carro das trevas, que quebrou.
Mas o problema não comprometeu o desfile. Foram 59 minutos
de folia, um minuto a menos do
tempo limite. "Vamos voltar para
o Grupo Especial", comemorava
o presidente da escola, Ronaldo
Pinto. Segundo ele, a Gaviões gastou R$ 1,3 milhão. Entre os convidados, desfilaram ex-jogadores,
como Sócrates e Neto, o rapper
Rappin" Hood e Tiazinha.
Arquibancada lotada
A torcida corintiana lotou as arquibancadas do Sambódromo. A
segurança Glória Regina Chaves
dos Santos, 44, e o marido, o auxiliar laboratorial Olavo Nogueira
da Silveira, 45, fizeram questão de
comprar binóculos durante a semana apenas para assistir ao desfile da Gaviões no último domingo. "Foram caros, mas são dos
bons. Nossa escola merece", afirmou Glória.
Apesar de ter desfilado na Pérola Negra, o auxiliar contábil Leandro Ferreira do Amaral, 25, é fã da
Gaviões da Fiel. "Fui aos ensaios
todas as sextas-feiras", disse.
Ele estava muito confiante. "Esse ano ela vem para ganhar, olha a
arquibancada, só tem corintiano", afirmou Amaral.
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