São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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Serra chama empresas para explicar apagões

Governo convoca reunião de emergência e diz que interrupções de energia, mesmo com as tempestades, são inaceitáveis

Reação do tucano, possível candidato à Presidência da República, ocorre três dias após população enfrentar blecautes de mais de 24h

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes das 11 concessionárias de energia elétrica que atuam no Estado de São Paulo foram convocados para uma reunião de emergência na tarde de hoje para dar explicações ao governo sobre os problemas de fornecimento de energia ocorridos na semana passada durante as chuvas.
Na capital, por exemplo, moradores de 16 bairros, como Vila Madalena, Perdizes, Santana, Pinheiros e Itaquera, ficaram sem luz por mais de 24 horas. Outros pontos da cidade também tiveram cortes de energia no final de semana.
A AES Eletropaulo, responsável pelo serviço na capital, diz que as panes foram provocadas pela queda de árvores decorrente da "chuva atípica", que teria quase dobrado as ocorrências de corte de energia.
Para o governo, que não se manifestou durante os apagões de quinta e sexta-feira, essa explicação não é suficiente para entender a grande demora no restabelecimento do serviço.
"É absolutamente inaceitável que a população fique mais de 24 horas sem energia elétrica. Por se tratar de serviço essencial, as concessionárias têm obrigação de estar preparadas para situações de emergência", disse o secretário de Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, em nota divulgada ontem à tarde.
A convocação de emergência, ainda segundo a nota, foi determinada pelo governador José Serra (PSDB) em reunião realizada no final de semana.
A reação de Serra, que pode ser candidato à Presidência da República, ocorre um dia depois de o prefeito Gilberto Kassab (DEM), seu aliado, também ter ameaçado romper o contrato com as empresas responsáveis pela limpeza dos piscinões (leia texto nesta página). As enchentes e os seguidos blecautes podem representar desgaste para a candidatura PSDB-DEM ao Palácio dos Bandeirantes.
Além de Marrey, participarão da reunião pelo governo a secretária Dilma Pena (Saneamento e Energia) e o diretor-executivo do Procon, Roberto Pfeiffer. A participação de Pfeiffer é importante porque as sanções que poderão ser aplicadas pelo governo paulista contra as empresas são no âmbito das relações de consumo.
Outras punições só podem ser determinadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regulamenta o setor elétrico no país. Procurada, a Eletropaulo informou que está à disposição para fornecer todos os esclarecimentos e que busca melhorar o serviço prestado. O governo também convocará a CPFL (que congrega sete concessionárias), a Elektro, a Bandeirante Energia e a Caiuá. Procuradas, as empresas não se manifestaram.
Essa é a segunda vez que as concessionárias são convocadas pelo governo. No ano passado, após a Folha revelar um erro de cálculo nas tarifas, elas foram chamadas para suspender a cobrança irregular. Até agora, não foi definido, porém, como o dinheiro cobrado indevidamente será devolvido.


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