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PROSTITUIÇÃO INFANTIL
Outros 8 foram detidos pela Polícia Rodoviária Federal em operação de combate à exploração sexual
Polícia Federal prende só 9 em ação durante o Carnaval
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ação de combate à prostituição infantil durante o Carnaval
2003 praticamente não saiu do
papel. Por falta de estrutura, material e recursos humanos, a experiência, que deveria nortear futuras operações, naufragou.
A Polícia Federal prendeu nove
pessoas no Rio Grande do Norte,
e a Polícia Rodoviária Federal, oito, em sete Estados. Ao todo, 16
adolescentes foram encaminhados para atendimento. Em operação semelhante de 17 a 20 de janeiro, foram presas 52 pessoas pela PF e pela Polícia Rodoviária em
diversos Estados. Segundo a avaliação da PF, a divulgação pela mídia da operação no Carnaval preveniu eventuais aliciadores.
Em fevereiro, o governo criou
um grupo de trabalho composto
por 13 ministérios, Embratur
(Empresa Brasileira de Turismo)
e organismos internacionais para
lidar com a exploração sexual de
crianças e adolescentes. A decisão
inicial do grupo foi atuar em duas
frentes: a policial e a social, com
amparo a vítimas e suas famílias.
A ofensiva policial deixou a desejar para o governo, segundo a
Folha apurou, porque tradicionalmente o número de crianças e
adolescentes expostos a exploração sexual aumenta de forma
considerável no Carnaval, mas
houve menos prisões do que na
operação de janeiro.
O principal programa social é o
Sentinela, criado no governo Fernando Henrique Cardoso e que
dá apoio financeiro e psicológico
a vítimas de exploração sexual.
Segundo a secretária nacional
de Justiça, Cláudia Chagas, a operação Carnaval fez "o que havia de
possível a ser feito". "Não havia
estrutura nem material, e o tema
foi recém-definido como prioridade pelo governo, esperamos
que o trabalho avance nos próximos meses", disse.
O Rio de Janeiro, um dos alvos
preferenciais para a ação do governo, apresentou, segundo a secretária, um problema a mais neste Carnaval. A onda de atentados
mobilizou a PF para a área de inteligência. Não foram realizadas
operações de combate à prostituição infantil no Estado pela PF.
Procurada pela Folha, a Embratur não informou que ações foram tomadas durante o Carnaval.
Chagas espera reunir novamente o grupo de trabalho ainda neste
mês. Agora, o governo aposta em
uma campanha publicitária para
conscientização a respeito do tema. Serão sondados esportistas
como o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e o tenista Gustavo
Kuerten para a participação como
garoto-propaganda.
(IURI DANTAS)
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