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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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PROSTITUIÇÃO INFANTIL

Outros 8 foram detidos pela Polícia Rodoviária Federal em operação de combate à exploração sexual

Polícia Federal prende só 9 em ação durante o Carnaval

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ação de combate à prostituição infantil durante o Carnaval 2003 praticamente não saiu do papel. Por falta de estrutura, material e recursos humanos, a experiência, que deveria nortear futuras operações, naufragou.
A Polícia Federal prendeu nove pessoas no Rio Grande do Norte, e a Polícia Rodoviária Federal, oito, em sete Estados. Ao todo, 16 adolescentes foram encaminhados para atendimento. Em operação semelhante de 17 a 20 de janeiro, foram presas 52 pessoas pela PF e pela Polícia Rodoviária em diversos Estados. Segundo a avaliação da PF, a divulgação pela mídia da operação no Carnaval preveniu eventuais aliciadores.
Em fevereiro, o governo criou um grupo de trabalho composto por 13 ministérios, Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e organismos internacionais para lidar com a exploração sexual de crianças e adolescentes. A decisão inicial do grupo foi atuar em duas frentes: a policial e a social, com amparo a vítimas e suas famílias.
A ofensiva policial deixou a desejar para o governo, segundo a Folha apurou, porque tradicionalmente o número de crianças e adolescentes expostos a exploração sexual aumenta de forma considerável no Carnaval, mas houve menos prisões do que na operação de janeiro.
O principal programa social é o Sentinela, criado no governo Fernando Henrique Cardoso e que dá apoio financeiro e psicológico a vítimas de exploração sexual.
Segundo a secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, a operação Carnaval fez "o que havia de possível a ser feito". "Não havia estrutura nem material, e o tema foi recém-definido como prioridade pelo governo, esperamos que o trabalho avance nos próximos meses", disse.
O Rio de Janeiro, um dos alvos preferenciais para a ação do governo, apresentou, segundo a secretária, um problema a mais neste Carnaval. A onda de atentados mobilizou a PF para a área de inteligência. Não foram realizadas operações de combate à prostituição infantil no Estado pela PF.
Procurada pela Folha, a Embratur não informou que ações foram tomadas durante o Carnaval.
Chagas espera reunir novamente o grupo de trabalho ainda neste mês. Agora, o governo aposta em uma campanha publicitária para conscientização a respeito do tema. Serão sondados esportistas como o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e o tenista Gustavo Kuerten para a participação como garoto-propaganda.
(IURI DANTAS)


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