São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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Vizinhos do hotel reclamam de falta de informação

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem saber que ruas e avenidas serão interditadas por causa da visita do presidente George W. Bush à cidade, comerciantes, moradores e pessoas que trabalham na avenida Luís Carlos Berrini (zona sul) e imediações não sabem sequer se conseguirão chegar ao trabalho e às suas casas hoje e amanhã.
O Comando Militar do Sudeste não dá detalhes do que deve ocorrer, mas informou que até mesmo shoppings próximos ao hotel Hilton Morumbi, no Brooklin Novo, podem ser parcialmente fechados.
A maioria reclama da falta de informação ou de qualquer orientação da prefeitura. Lourenço Lee, dono do restaurante Moshi Moshi, afirmou não saber se poderá funcionar hoje. "Não recebemos nenhuma comunicação oficial. Mas ouvimos que vão fechar a avenida [Berrini]. Se realmente a interditarem, vai atrapalhar muito o comércio", disse.
Cerca de 50 taxistas que ficam num ponto da rua Arizona temem que a rua seja interditada durante os dois dias e que talvez precisem deixar o local. Mas ontem, até as 16h30, eles ainda não haviam recebido informação oficial alguma.
"Temos de ter paciência. O jeito é encontrar outro ponto", lamentou o taxista Jorge Henrique Lazarim. "Acho que vou aproveitar para ir à praia", diz.
O agente comercial Rodrigo Ferreira da Silva, que trabalha na Finasa, teme ter dificuldades para ir embora do trabalho hoje, já que a previsão é que Bush chegue à cidade no final da tarde. "Acho isso ridículo. Vão prejudicar as pessoas da região por um motivo fútil. Aposto que pelo presidente Lula eles não fazem o mesmo."
Vizinhos do hotel Hilton Morumbi, o World Trade Center e o shopping D&D acreditam que poderão funcionar normalmente hoje. O shopping Morumbi diz que não foi informado de interdições em suas vias de acesso.

Favela
Na favela da avenida jornalista Roberto Marinho, vizinha do hotel Hilton, os moradores mostraram indignação. "As pessoas aqui estão sem emprego e eles ficam gastando com o Bush. Vai ter tanto policial com ele que a cidade ficará abandonada", diz Maria da Conceição Afonso, 44, que trabalha num mercado da favela. Seu marido está desempregado.


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