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Congresso endurece legislação penal
Senado dificulta progressão de regime para crimes hediondos e torna falta disciplinar grave uso de celulares por presos
Câmara torna prioritário uso de videoconferência em interrogatórios e altera normas do Tribunal do Júri para acelerar o processo
FERNANDA KRAKOVICS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso Nacional aprovou ontem uma série de medidas que endurecem a legislação
penal do país e procuram acelerar o andamento de processos.
No Senado, foram aprovados
dois projetos -que agora precisam ser sancionados pelo presidente da República para entrar em vigor. Um deles dificulta a progressão de pena para regimes semi-aberto e aberto no
caso de crimes hediondos.
O outro torna falta disciplinar grave a utilização de telefone celular ou outro meio de comunicação por um preso.
A punição seria a vedação a
benefícios como a progressão
da pena ou o indulto de fim de
ano. A proposta prevê ainda pena de três meses a um ano para
o diretor de penitenciária ou
agente público que permitir ao
preso o acesso a esses meios de
comunicação.
Dos projetos aprovados pela
Câmara, um torna prioritário o
uso da videoconferência para o
interrogatório de presos e testemunhas e outro simplifica e
elimina procedimentos do Tribunal do Júri -responsável pelo julgamento de crimes dolosos contra a vida (com intenção). Os projetos agora seguem
para o Senado.
No caso do projeto que torna
mais dura a punição para crimes hediondos aprovado no
Senado, o preso só poderá ser
transferido para um regime
menos rigoroso depois de cumprir pelo menos dois quintos da
pena, se for primário, e três
quintos se for reincidente.
Atualmente não há diferenciação para esse tipo de crime e
os presos, se tiverem bom comportamento, têm direito ao benefício depois de cumprirem
um sexto da pena.
Assim, um condenado a trinta anos de prisão pode passar ao
regime semi-aberto depois de
cinco anos.
Pelas novas regras essa mesma pessoa, se praticar um crime hediondo, terá que ficar no
mínimo 12 anos em regime fechado no caso de ser sua primeira condenação, e 18 anos se
for reincidente.
Câmara
O projeto aprovado na Câmara que trata da videoconferência tem como objetivo reduzir custos. Nesta semana, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar,
foi deslocado de um presídio do
Paraná para uma audiência no
Rio de Janeiro ao custo estimado de R$ 50 mil.
Em tramitação na Câmara
desde 2001, o projeto que altera
as regras do Tribunal do Júri
era uma das reivindicações que
os governadores do Sudeste levaram ao Congresso.
Entre as alterações, está a
que permite o julgamento sem
a presença do réu. Pelo texto, o
acusado será notificado e, se
não comparecer, será representado pelo advogado. Caso
esse também não apareça, o julgamento só poderá ser adiado
uma vez. Se nenhum dos dois
comparecer à sessão seguinte,
o juiz poderá nomear um advogado para representar o réu.
Anteontem, a Câmara já havia aprovado alterações na lei
relativas ao tempo de prescrição de crimes.
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