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Para juristas, veto à entrada de estrangeiro deve ter regra clara
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Juristas especialistas em direito internacional e imigração
afirmam que cada país é soberano para decidir quem será admitido em seu território, mas
deve ter regras claras e preestabelecidas dos critérios usados
na seleção de estrangeiros.
Segundo professores da USP,
pelas regras vigentes hoje na
Zona Schengen, a área livre de
controle fronteiriço formada
por 24 nações do bloco europeu, os países que negam entrada não têm obrigação de dar explicação sobre as denegações.
"O que não pode é mudar a
regra na hora. Os critérios da
Espanha não estão claros", diz
Elizabeth Meirelles, professora
de direito internacional público do Mackenzie e da USP.
Embora a decisão de barrar
estrangeiros seja um ato administrativo, imune à interferência de governos externos, os
agentes espanhóis têm de cumprir a Convenção Européia de
Direitos Humanos, diz Masato
Ninomiya, professor da USP.
"Deve haver uma razão muito forte para não deixar o viajante entrar no país."
Ex-ministro das Relações
Exteriores do governo FHC,
Celso Lafer diz que a denegação
da física Patrícia Camargo Magalhães foi "contrária à justiça e
ao respeito à pessoa".
"Sobre esse assunto há muito
pouco a fazer. O que resta é o
Brasil tomar as mesmas medidas", conclui Ninomiya.
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