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Polícia prende 896 homens para "festejar" dia da mulher
Operação feita em São Paulo prendeu acusados de atrasar a pensão alimentícia
Na capital, desempenho foi prejudicado pelo trânsito congestionado; de 500 mandados expedidos, apenas 89 foram cumpridos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
prendeu ontem em todo o Estado 896 homens que estavam
com o pagamento da pensão
alimentícia atrasado, em ação
que foi batizada de Operação
Dia da Mulher, em referência
ao Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje.
Segundo Reinaldo Corrêa,
delegado titular da Divisão de
Capturas, a operação foi determinada pelo delegado-geral do
Estado, Maurício Lemos Freire, como homenagem à data e
para amenizar a pressão de juízes de varas de família que reclamam da demora no cumprimento dos mandados de prisão.
Segundo ele, metade dos
mandados de prisão recebidos
é referente a pensão alimentícia. Outros 10% são de depositários infiéis e execuções fiscais. Os 40% restantes são de
ações criminais. Corrêa afirmou que a prioridade é cumprir mandados criminais. Com
isso, há um acúmulo de mandados por pensão alimentícia.
Na capital, ontem, trabalharam 35 equipes somente para
prender acusados de não-pagamento da pensão alimentícia
-cerca de 500 mandados foram distribuídos, mas apenas
89 pessoas foram presas.
Corrêa disse que o desempenho na capital não foi melhor
por causa do trânsito congestionado de manhã . "Como [o
acusado de não pagar pensão
alimentícia] não é um bandido,
um criminoso, é um trabalhador, ele sai de casa às 6h para
trabalhar. Se não chegarmos
nesse horário, dificilmente
conseguimos prendê-lo."
Nas demais cidades da Região Metropolitana de São Paulo foram presas 246 pessoas. A
região de Campinas teve o segundo melhor desempenho,
com 175 prisões. Além das prisões por falta de pagamento de
pensão, foram detidos 247 acusados de outros crimes e que tinham mandados de prisão. Foram abordadas 3.465 pessoas e
vistoriados 2.580 veículos.
Segundo Corrêa, todos os setores da Polícia Civil foram envolvidos na operação. "A intenção do delegado-geral com essa
operação também foi elevar a
quantidade de carros nas ruas
e, assim, aumentar a sensação
de segurança das pessoas. Muitos desses veículos trabalharam hoje [ontem] na periferia."
Corrêa disse que a Divisão de
Capturas nunca recebeu mandados de prisão contra mulheres por falta de pagamento de
pensão alimentícia. "Hoje,
houve o caso de um homem desempregado, que não tem condição de pagar a pensão. A ex-mulher dele trabalha e ganha
R$ 3.000 por mês. Ele disse que
vai entrar com ação para ela pagar pensão para ele", disse.
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