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Protesto contra ônibus lento fecha via por 6 h
Para protestar contra a lentidão do transporte coletivo, usuários fazem barricadas e depredam ao menos oito ônibus
Para desimpedir via, PM usa Tropa de Choque e bombas
de efeito moral e prende dez manifestantes; secretário
promete melhorar fluidez
RICARDO SANGIOVANNI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um protesto de cerca de mil
pessoas contra a lentidão do
transporte coletivo fechou ontem durante seis horas a ligação entre a estrada M'boi Mirim e a avenida Guarapiranga,
na zona sul de São Paulo, e só
terminou com a intervenção da
Polícia Militar, que utilizou
bombas de efeito moral e prendeu dez manifestantes.
Os moradores fizeram uma
barricada com paus, pedras e
pneus em chamas. Pelo menos
oito ônibus foram depredados,
segundo a polícia. O protesto
não deixou feridos graves, mas,
com a aproximação da PM, que
deslocou a Tropa de Choque ao
local, houve correria.
O cobrador de um dos ônibus
sofreu um corte leve na mão.
Dentro de um outro ônibus,
uma mulher passou mal e foi levada à Santa Casa de Santo
Amaro, segundo a Secretaria
Municipal da Saúde. O hospital,
no entanto, disse não ter registrado a entrada da paciente.
Cerca de 120 PMs participaram da operação para desobstruir a rua. Com a chegada da
polícia, os manifestantes passaram a atirar pedras nos ônibus
que estavam parados.
Segundo passageiros, o protesto começou por volta das
6h30, com cerca de 20 pessoas,
que atiraram uma pedra em um
ônibus. O grupo estaria descontente com o engarrafamento no
corredor de ônibus na região.
De acordo com usuários, uma
viagem que levaria 15 minutos
chega a demorar 40 minutos.
Há dias em que, segundo os
passageiros, as filas de ônibus
chegam a 5,8 km, da avenida
Guido Caloi até o terminal Jardim Ângela. Com os atrasos,
usuários chegam a deixar os coletivos para seguir a pé.
O problema foi reconhecido
pelo secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, que
foi ao local e prometeu medidas
para aumentar a fluidez nos
corredores exclusivos e melhorar o sistema viário.
Ao SP-Urbanuss, sindicato
das empresas de ônibus, nega
que haja superlotação na zona
sul, que, segundo a secretaria,
movimenta diariamente 38%
dos passageiros em São Paulo.
Segundo a SPTrans, foram
transportados em janeiro pelo
sistema 210 milhões de passageiros, contra 203 milhões em
2006 -a frota passou de 14.846
para 14.892 no período.
"Fora Kassab"
Com a paralisação do tráfego,
passageiros da linha desceram
dos coletivos e aderiram à manifestação aos gritos de "Fora
Kassab" e "Queremos solução".
Pela manhã, assessores próximos ao secretário chegaram a
cogitar que a manifestação pudesse ter sido orquestrada pelo
PT, que tem forte presença na
zona sul. O vereador Antonio
Donato (PT) foi ao local.
Atilio de Brito, do diretório
regional do PT na zona sul, negou que o partido tivesse organizado a manifestação. "Só fiquei sabendo bem depois do
que havia ocorrido", disse.
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