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Após manifestação, secretário diz que irá ampliar fiscalização
Alexandre de Moraes diz ter determinado instalação de obstáculos para impedir que veículos invadam corredores
Ele afirmou que a prefeitura vai concluir em abril 14 intervenções no sistema viário da zona sul para aumentar a fluidez
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, afirmou ter determinado ontem
mesmo a instalação de obstáculos para impedir que outros
veículos invadam os corredores
de ônibus, o que seria um dos
motivos para a lentidão dos coletivos. Disse ainda que a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) vai ampliar a fiscalização nos corredores da zona sul.
Na segunda-feira, segundo
nota da secretaria, haverá 50
técnicos na fiscalização do corredor M'Boi Mirim. Também
serão transferidas quatro linhas da Vip (Viação Itaim Paulista) na zona sul para a Viação
Campo Belo, que conta com
ônibus articulados.
Além das medidas paliativas,
Moraes afirmou que a prefeitura vai concluir em abril 14 intervenções no sistema viário da
zona sul para aumentar a fluidez do tráfego na área.
"Mapeamos toda a área da
zona sul, identificamos os gargalos e estamos realizando essas 14 obras", declarou Moraes,
ainda no local do protesto.
Segundo o secretário, um dos
motivos para a demanda pelos
ônibus na zona sul decorre da
falta de alternativas, como metrô e linhas de trens.
"Dos 6,5 milhões de pessoas
que usam ônibus, 38% usam a
zona sul. É a única região que
depende única e exclusivamente de ônibus. Logicamente, isso
atrapalha. A zona sul é prioridade da gestão", disse.
Sem citar nomes, o secretário
insinuou que a manifestação
pode ter sido orquestrada por
pessoas descontentes com a
mudança da cooperativa que
prestava serviços na zona sul
após uma série de acidentes
com os ônibus, no ano passado.
"Aqueles que foram retirados, aqueles que são penalizados e multados, não adianta se
unirem à população. A população, sim, tem o direito de se manifestar. Baderneiros, pessoas
que transportam irregularmente não irão retornar ao sistema", disse ainda.
Também de manhã, Moraes
determinou a aplicação de multa de R$ 30 mil à empresa Vip,
que não teria colocado todos os
ônibus nas ruas de manhã.
A Folha procurou a empresa,
mas ninguém quis se manifestar. "As empresas de ônibus
têm de se conscientizar da
obrigatoriedade de prestarem
um serviço com condições de
dignidade", disse Moraes.
O SP-Urbanuss (Sindicato
das Empresas de Transporte
Coletivo Urbano de SP), em
resposta, atribuiu a culpa pelo
protesto à própria prefeitura.
"Como já reconhecido pelo
secretário dos Transportes,
aquela região exige a implantação de melhorias que propiciem a fluidez do transporte
coletivo", afirmou a entidade,
por meio de nota.
"Vale ressaltar que o problema em foco não se trata nem de
quantidade nem de freqüência
dos ônibus, e sim do aumento
da velocidade", conclui a nota.
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