São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2011

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Em 4 anos, alagamentos triplicam na marginal Tietê

Foram 101 pontos no 1º bimestre; em 2008, 36

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Os pontos de alagamento da marginal Tietê praticamente triplicaram de 2008 para 2011, considerando o primeiro bimestre de cada ano. Nesse período, foram 36 pontos em 2008 e 101 neste ano -27 intransitáveis.
A Folha levantou os pontos registrados pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências, da prefeitura) em toda a extensão da marginal Tietê. Em 2009, foram 19 pontos e, em 2010, 57.
O monitoramento é feito da mesma forma que há quatro anos-não houve alteração na tecnologia do CGE nem na atuação da CET.
Luciana Travassos, doutora em ciência ambiental pela USP, diz que há várias hipóteses para a alta: bocas de lobo e galerias sem manutenção, falhas de drenagem da nova marginal, aumento da chuva ou das áreas de impermeabilização -tanto local, com a nova pista, pronta em março de 2010, quanto em toda a sub-bacia do rio Tietê.
A chuva do período realmente aumentou. Segundo dados do CGE, choveu em média 400,2 mm nos dois primeiros meses de 2008. Neste ano, foram 651,5 mm.
"A marginal tem uma responsabilidade, porque quanto mais asfalto, mais ilhas de calor, que contribuem para as chuvas", diz Luciana.
Ela defende que sejam feitos mais estudos para ser possível atribuir as responsabilidades de cada fator.
Não há cálculos, por exemplo, sobre o quanto de área impermeabilizada surgiu no período e o quanto ela -e a área verde de 18,4 hectares suprimida- contribuem para os alagamentos.
Para Arisvaldo Mello e Sergio Rocha Santos, professores de hidrologia da Poli-USP, há correlação direta entre a alta na área ocupada e o número de alagamentos, mas a área das marginais é muito pequena em relação à bacia.
A estatal Dersa, responsável pela obra, diz que o impacto da obra na vazão do rio Tietê e o percentual da área ocupada pela marginal na sub-bacia são de 0,007%.
"A área suprimida foi mais que compensada pela instalação de calçadas ecológicas e pela abertura de outras áreas permeáveis dentro do município a partir da remoção de famílias para a instalação do parque linear Tiquatira e do parque Chácara Bela Vista/Centro Paula Souza."
A Dersa não explicou a alta dos alagamentos, nem forneceu o projeto de drenagem, solicitado pela Folha.
A prefeitura disse que cabe só à Dersa se manifestar.


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