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Em 4 anos, alagamentos triplicam na marginal Tietê
Foram 101 pontos no 1º bimestre; em 2008, 36
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Os pontos de alagamento
da marginal Tietê praticamente triplicaram de 2008
para 2011, considerando o
primeiro bimestre de cada
ano. Nesse período, foram 36
pontos em 2008 e 101 neste
ano -27 intransitáveis.
A Folha levantou os pontos registrados pelo CGE
(Centro de Gerenciamento de
Emergências, da prefeitura)
em toda a extensão da marginal Tietê. Em 2009, foram 19
pontos e, em 2010, 57.
O monitoramento é feito
da mesma forma que há quatro anos-não houve alteração na tecnologia do CGE
nem na atuação da CET.
Luciana Travassos, doutora em ciência ambiental pela
USP, diz que há várias hipóteses para a alta: bocas de lobo e galerias sem manutenção, falhas de drenagem da
nova marginal, aumento da
chuva ou das áreas de impermeabilização -tanto local,
com a nova pista, pronta em
março de 2010, quanto em toda a sub-bacia do rio Tietê.
A chuva do período realmente aumentou. Segundo
dados do CGE, choveu em
média 400,2 mm nos dois
primeiros meses de 2008.
Neste ano, foram 651,5 mm.
"A marginal tem uma responsabilidade, porque quanto mais asfalto, mais ilhas de
calor, que contribuem para
as chuvas", diz Luciana.
Ela defende que sejam feitos mais estudos para ser
possível atribuir as responsabilidades de cada fator.
Não há cálculos, por
exemplo, sobre o quanto de
área impermeabilizada surgiu no período e o quanto ela
-e a área verde de 18,4 hectares suprimida- contribuem para os alagamentos.
Para Arisvaldo Mello e Sergio Rocha Santos, professores de hidrologia da Poli-USP, há correlação direta entre a alta na área ocupada e o
número de alagamentos, mas
a área das marginais é muito
pequena em relação à bacia.
A estatal Dersa, responsável pela obra, diz que o impacto da obra na vazão do rio
Tietê e o percentual da área
ocupada pela marginal na
sub-bacia são de 0,007%.
"A área suprimida foi mais
que compensada pela instalação de calçadas ecológicas
e pela abertura de outras
áreas permeáveis dentro do
município a partir da remoção de famílias para a instalação do parque linear Tiquatira e do parque Chácara Bela
Vista/Centro Paula Souza."
A Dersa não explicou a alta
dos alagamentos, nem forneceu o projeto de drenagem,
solicitado pela Folha.
A prefeitura disse que cabe
só à Dersa se manifestar.
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