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Paralisação pega o passageiro desprevenido
DA REPORTAGEM LOCAL
A paralisação de motoristas e
cobradores acabou pegando de
surpresa inúmeros paulistanos na
manhã de ontem. Com os 14 terminais de ônibus municipais fechados, a população procurava
alternativas de transporte nos
pontos, que ficaram lotados. Na
zona leste, somente lotações regulares e clandestinos rodavam pelas principais vias.
Aliás, ontem foi o dia em que os
clandestinos -ônibus e lotações- aproveitaram para faturar. Alguns chegavam a cobrar até
R$ 2 pela passagem.
Nos orelhões, as pessoas chegavam a brigar nas filas para poder
fazer uma ligação. Muitos avisavam que chegariam atrasados.
Outros acabaram desistindo no
meio do caminho.
"Será uma verdadeira odisséia
para chegar na empresa", afirmava o auxiliar de escritório Divaldo
Souza, 30, que, mal tinha conseguido embarcar em um lotação, já
se preocupava com a volta.
"O pior está por vir. Vou gastar
mais de uma hora na ida e, na volta, mais de duas", dizia.
"Eu nem sabia que ia ter greve.
Além de ter um transporte horrível, ainda temos de passar por isso", dizia a secretária Luciana Nogueira, 29, ao chegar ao terminal
São Mateus (zona leste).
Mais prevenida, a enfermeira
Maria Aparecida da Silva, 49, saiu
de casa mais cedo. Não adiantou.
"Saí às 6h. Pensei que ia dar certo, que não ia chegar atrasada.
Não vai ter jeito." Já passava das
8h quando a enfermeira foi entrevistada pela Folha em um ponto
de ônibus da avenida Sapopemba,
também na zona leste.
"Está ficando pior a cada dia
que passa. Como não tenho dinheiro para pagar mais passagens, vou voltar para casa e ainda
corro o risco de ter o dia descontado", dizia o eletricista Zildo Domingues, 43.
Com a greve, o rodízio municipal de veículos foi suspenso. Táxis
e ônibus de turismo puderam
operar cobrando R$ 1,70, valor da
tarifa. Faixas exclusivas e corredores de ônibus foram liberados.
Caso a greve continue, essas medidas valerão hoje.
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