UOL


São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Grupo Ruas alega manter "controle operacional"

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário de ônibus Delfim Alves de Figueiredo, sócio da família Ruas indicado para falar pela Penha São Miguel, afirma que a viação de ônibus foi vendida a "investidores uruguaios" e não pertence mais ao grupo líder do transporte paulistano.
Ele admite que, apesar da transferência da sociedade ao Uruguai, não houve mudanças até hoje no controle operacional da empresa em São Paulo. Figueiredo não quis revelar a identidade dos sócios estrangeiros.
"É um grupo que trabalha com transporte na América Latina", disse Figueiredo, que nega que a transferência da sociedade ao paraíso fiscal tenha a intenção de proteger os sócios brasileiros de arresto de bens.
Segundo ele, esses investidores do Uruguai entraram na Penha-São Miguel em 2000 porque havia a expectativa de uma licitação no final da gestão Celso Pitta. "Na época, eles acabaram desistindo porque ela não foi feita. Agora, assumiram a totalidade da viação. Ela não entrou na licitação, mas vai atuar como uma prestadora de serviços", afirmou Figueiredo, explicando que a empresa atuará no novo modelo de transporte, ainda que indiretamente - alugando a frota de ônibus e as garagens ao grupo Ruas.
A sócia minoritária da viação Leopoldina, Elisângela Aparecida Rodrigues Lima Fisco, disse que não conhece sua sócia uruguaia, a Tosno S/A. "Nunca fui ao Uruguai", disse ela à Folha.
Documentos da Junta Comercial do Estado de São Paulo demonstram que Fisco detém R$ 6.025 do capital social da viação Leopoldina. A Tosno é proprietária de R$ 596.475. "O único contato que tenho é com Edson Alves Gouveia", afirmou Fisco.
Gouveia é procurador da Tosno e de Fisco, segundo a Junta Comercial. De janeiro a outubro de 2002, a empresa uruguaia era representada por José Crisóstomo da Silva, sócio da Villa Lobos, que disputa a licitação lançada pela prefeitura.
A Folha deixou mais de dez recados na empresa e no escritório de advocacia que representa a viação Gatusa nas duas últimas semanas. Não houve resposta.
O representante da Solution Bus, Joeci Donato dos Santos, confirmou à Folha a participação dos sócios uruguaios. (AI E CG)


Texto Anterior: Prefeitura diz não poder barrar empresa
Próximo Texto: Advogado levou 600 clientes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.