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Governo de MG diz que não sabia de risco
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governo mineiro negou que a
Feam (Fundação Estadual do
Meio Ambiente) tenha em algum
momento sido informada de problemas com as duas barragens de
contenção de rejeitos em Cataguases (MG), mas afirmou que o
Ibama sabia do problema desde
novembro do ano passado.
Documento com a "cronologia
oficial do acidente" e "resumo das
medidas adotadas" por órgãos de
Minas Gerais, divulgado pela assessoria do Estado, diz que, desde
maio de 2002, a Feam sabia da poluição lançada no ribeirão Meia
Pataca pela Indústria Cataguazes
de Papel, mas que ela não teria relação com a barragem rompida.
Segundo o texto, a primeira referência às barragens está em relatório da PM de 5 de fevereiro de
2003, que atendia a pedido do Ibama de processo de 21 de novembro de 2002. A polícia fala de "reservatórios grandes que contêm
grande quantidade de resíduos líquidos negros, a céu aberto, com
barragens de pedra e terra". Diz
que a empresa estava usando o líquido para "irrigar floresta de eucaliptos" para corrigir o solo.
Alega o governo que a Feam não
foi informada disso porque, desde
novembro de 2001, a PM não tinha convênio de fiscalização com
órgãos ambientais do Estado (teria só com o Ibama). O texto não
traz razões para a interrupção.
Mas a polícia, em maio de 2002
(seis meses após o fim do convênio), enviou à Feam denúncia sobre a poluição do Meia Pataca. O
órgão teria constatado irregularidades na indústria, autuada por
não ter feito "novo processo de licenciamento ambiental".
Segundo o documento, em 25
de julho de 2002 a Polícia Ambiental teria pedido ao Ibama um
laudo para indicar danos ao Meia
Pataca e providências. Mas não
havia referência às barragens.
O capitão Arley Ferreira, assistente-técnico de Meio Ambiente
da PM, disse que o relatório de fevereiro foi enviado só à Superintendência do Ibama em Minas.
O Ibama no Estado recebeu os
comunicados, segundo sua assessoria, mas os textos "não caracterizavam como urgente a presença
do Ibama" por não citarem risco
imediato de rompimento das barragens -entraram no cronograma normal de atividades.
(PAULO PEIXOTO E THIAGO GUIMARÃES)
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