São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Associações de bares e restaurantes irão à Justiça contra a lei

Entidades vão esperar o governador José Serra (PSDB) sancionar legislação, que, sustentam, é inconstitucional e prejudicará o setor

Souza Cruz, empresa com maior fatia no mercado de cigarros no país, defendeu salas envidraçadas e com exaustor para fumantes


DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais associações de bares e restaurantes entrarão na Justiça contra a lei antifumo assim que ela for sancionada pelo governador José Serra.
Para a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e a Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), a lei é inconstitucional e deverá prejudicar seus associados.
"Já veio a lei seca, a lei que proíbe consumação e agora não se poderá fumar. Os bares, que eram lugares de descontração, estão virando ambientes conflituosos. Não se pode fazer mais nada", diz Percival Maricato, diretor jurídico da Abrasel, que argumentará na Justiça que não cabe ao Estado regular o fumo. No Rio de Janeiro, um sindicato do setor conseguiu liminar contra lei semelhante.
Marcus Vinícius Rosa, diretor da Abresi, defende a posição da Abrasel. "Bar sem beber e fumar não é bar -é igreja", diz.
Para ambos, uma solução melhor seria o fechamento de áreas para fumantes em salas com paredes de vidro e equipadas com exaustor.
O mesmo defendeu ontem a Souza Cruz, fabricante de cigarros com maior participação no mercado brasileiro. "Entendemos que a proposição não atende de forma equilibrada às demandas de todas as partes envolvidas", disse a empresa, em nota. A Folha não encontrou a assessoria de imprensa da Philip Morris ontem.
Já a Abaga (Associação Brasileira da Alta Gastronomia), que representa 150 restaurantes (60% deles na cidade de SP), se diz "em favor de tudo o que é saudável". "Em princípio defendemos a liberdade, mas se a lei foi aprovada, vamos apoiá-la", diz Sauro Scarabotta, primeiro secretário da entidade. "Em outros países onde leis parecidas foram implantadas, os próprios fumantes passaram a gostar da ideia, depois de um primeiro impacto negativo."


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