São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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a favor

É um respeito à maioria, afirma Milton Hatoum


É tão deprimente aquela jaula de vidro, as pessoas ansiosas


DA REPORTAGEM LOCAL

Para o ex-fumante Milton Hatoum, escritor amazonense radicado em São Paulo, a proibição do fumo em locais fechados, públicos ou privados, é bem-vinda. Hatoum, que afirma nunca ter consumido cigarros industrializados (preferia os do tipo artesanal), defende a extinção dos fumódromos e das áreas exclusivas para fumantes -para ele, são medidas insuficientes. (MA)

 

FOLHA - Os fumantes não devem ter um espaço destinado a eles?
MILTON HATOUM
- O problema do fumódromo em lugar fechado é que o ar fica contaminado. Lembro que quando morei na Califórnia [EUA], eu e a chefe de departamento da universidade onde trabalhávamos éramos os únicos fumantes. E a gente saía do campus para fumar. Sou a favor da proibição, não faz o menor sentido criar fumódromo. Lembro do dia em que vi um, em um aeroporto. É tão deprimente aquela jaula de vidro, as pessoas ansiosas com as mãos trêmulas, fiquei até comovido. O vício cria uma situação estúpida para as pessoas.

FOLHA - A proibição não tolhe a liberdade de quem fuma?
HATOUM
- É um respeito à maioria que não fuma. Acho até que você não pode obrigar uma pessoa a respirar fumaça; já chega a poluição. As leis antipoluição também deveriam ser rigorosamente cumpridas. Carros e caminhões produzem uma fumaceira incrível, tem de ser rígido também com isso. É tudo a mesma coisa, ambiente e a qualidade de vida.

FOLHA - A medida deve agradar?
HATOUM
- Nem tudo tem um fundo de oportunismo político. É uma medida correta à saúde da população, caminha em direção a uma tendência mundial.


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