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a favor
É um respeito à maioria, afirma Milton Hatoum
É tão deprimente aquela jaula de vidro, as pessoas ansiosas
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DA REPORTAGEM LOCAL
Para o ex-fumante Milton Hatoum, escritor amazonense radicado em São
Paulo, a proibição do fumo
em locais fechados, públicos ou privados, é bem-vinda. Hatoum, que afirma nunca ter consumido
cigarros industrializados
(preferia os do tipo artesanal), defende a extinção
dos fumódromos e das
áreas exclusivas para fumantes -para ele, são medidas insuficientes.
(MA)
FOLHA - Os fumantes não devem ter um espaço destinado
a eles?
MILTON HATOUM - O problema do fumódromo em lugar fechado é que o ar fica
contaminado. Lembro que
quando morei na Califórnia [EUA], eu e a chefe de
departamento da universidade onde trabalhávamos éramos os únicos fumantes. E a gente saía do
campus para fumar.
Sou a favor da proibição,
não faz o menor sentido
criar fumódromo. Lembro
do dia em que vi um, em
um aeroporto. É tão deprimente aquela jaula de vidro, as pessoas ansiosas
com as mãos trêmulas, fiquei até comovido. O vício
cria uma situação estúpida
para as pessoas.
FOLHA - A proibição não tolhe a liberdade de quem fuma?
HATOUM - É um respeito à
maioria que não fuma.
Acho até que você não pode obrigar uma pessoa a
respirar fumaça; já chega a
poluição. As leis antipoluição também deveriam ser
rigorosamente cumpridas.
Carros e caminhões produzem uma fumaceira incrível, tem de ser rígido
também com isso. É tudo a
mesma coisa, ambiente e a
qualidade de vida.
FOLHA - A medida deve agradar?
HATOUM - Nem tudo tem
um fundo de oportunismo
político. É uma medida
correta à saúde da população, caminha em direção a
uma tendência mundial.
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