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Professor admite queda na adesão à greve
Para a presidente do maior sindicato de SP, "intolerância" do governo estadual desanima a categoria, parada há um mês
Gestão tucana confirma que não há previsão de reajuste para professores; categoria fará hoje nova assembleia para decidir rumo da greve
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que o governo paulista confirmou que não há previsão de reajuste salarial aos
professores, a Apeoesp (maior
sindicato da categoria) reconheceu ontem que caiu a adesão à greve, iniciada há um mês.
Segundo o levantamento da
entidade, a paralisação chegou
a abranger 63% dos docentes
em março. Para a Secretaria da
Educação, nunca atingiu 1%.
"Tenho de admitir que a adesão diminuiu", afirmou ontem
a presidente da Apeoesp, Maria
Izabel Noronha, após se reunir
com o secretário Paulo Renato
Souza (Educação).
O sindicato não divulgou novo balanço de paralisação. Afirmou apenas que há "significativos índices de adesão, afetando
todas as regiões do Estado".
Desde o início da paralisação,
o governo tucano diz que não
negociará enquanto os grevistas não voltarem ao trabalho.
"O governo se mostra intolerante. Com esse panorama, as
pessoas vão desanimando",
afirmou a líder sindical.
Hoje, haverá assembleia dos
professores na avenida Paulista, a partir das 14h, para reavaliar o movimento. Segundo a
Folha apurou, ao menos parte
da liderança dos grevistas vai
defender o fim da paralisação.
Os docentes reivindicam reajuste de 34,3%. O salário inicial
na rede é de R$ 1.834 (jornada
de 40 horas semanais). Conforme a Folha informou na semana passada, a rede estadual tem
o 14º melhor salário do país.
Após a reunião de ontem, a
primeira desde a greve, a Secretaria da Educação diz que pretende negociar as reivindicações, desde que a greve termine.
Em nota, diz que "desde o
ano passado as entidades representativas já foram recebidas quatro vezes pelo secretário Paulo Renato, que ratificou
nesta nova oportunidade a disposição para entendimentos".
A Secretaria da Educação
afirma que a greve é política -a
presidente da Apeoesp é filiada
ao PT e afirmou em assembleia
que pretendia "quebrar a espinha" do governo José Serra
(PSDB), que saiu para disputar
a Presidência e deu lugar ao vice, Alberto Goldman (PSDB).
Sobre a questão salarial, a
pasta sustenta que o aumento
pedido pelos grevistas desorganizaria as finanças do Estado.
No mês passado, a reportagem telefonou para 108 escolas
e constatou que 42 foram afetadas pela greve.
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