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VIOLÊNCIA
Juarez Rodrigues, apontado pela polícia como suspeito de ser um dos mentores da ação, fugiu do 65º DP 29 dias antes
Fugitivo planejou o sequestro dos Bordon
GILMAR PENTEADO
PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Juarez Rodrigues, suspeito de
ser um dos mentores do sequestro da dona-de-casa Cláudia Reali
de Oliveira Ribeiro, 40, e de seus
três filhos, fugiu da carceragem
do 65º DP (Artur Alvim) 29 dias
antes de a família ser capturada,
apesar da denúncia de que ele seria resgatado.
Rodrigues foi preso no ano passado e confessou envolvimento
em um assalto na casa de Cláudia,
ocorrido em abril daquele ano. A
polícia acredita que ele voltou à
casa dela no dia 14 de março deste
ano para sequestrar a família. Seis
homens participaram da ação.
No assalto, ele e dois comparsas
levaram cerca de R$ 1 milhão em
jóias e em dólares, mais do que o
dobro do valor do resgate pago
pela libertação dos três filhos
-João, 16, Antônio, 14, e Luís Felipe Bordon, 11- da dona-de-casa, que ficou em R$ 420 mil.
Na época, o empresário Alcides
Diniz, namorado de Cláudia,
também morava no local.
Rodrigues foi um dos 34 presos
que fugiram do 65º DP no dia 17
de fevereiro deste ano, depois de
serrarem as grades e arrombarem
uma porta lateral. Apesar disso,
nenhum carcereiro disse ter ouvido barulho antes que os presos
atingissem a rua.
Antes da fuga, Rodrigues ficou
períodos breves em outros distritos por causa de uma denúncia de
que seria resgatado.
Segundo policiais que atuaram
na prisão de Rodrigues, em junho
de 2001, ele confessou ser o mentor do assalto. A parte operacional
do roubo à casa ficou a cargo de
Amadeu Geraldo de Souza, que
continua preso.
A polícia acredita que o resgate
de presos no Cadeião de Pinheiros, no último dia 9 de março, tinha o objetivo de libertar Souza.
Dez homens com metralhadores
usaram coletes da Polícia Civil.
O terceiro participante do assalto à casa, identificado apenas como Cido, está foragido. A polícia
desconfia que ele também tenha
participado do sequestro.
Quando foi preso, Rodrigues tinha repassado as jóias por R$ 100
mil. Com o dinheiro, comprou
uma picape Ranger e um lava-carros na favela de Paraisópolis
(zona sul de São Paulo).
Ontem, um dia depois da libertação, os filhos de Cláudia permaneceram em casa, recebendo visitas de amigos e parentes. Segundo
uma tia dos garotos, a família
continuará morando na casa de
Alcides Diniz.
A família, segundo ela, não pretende se mudar do país, mas, desde o início do sequestro, decidiu
que teria "alguma espécie de segurança particular".
Como estão em férias escolares
-por estarem matriculados em
um colégio britânico que adota
calendário diferente-, os garotos
devem passar este mês viajando
com o pai, João Geraldo Bordon, e
depois com a mãe.
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