São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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VIOLÊNCIA

Juarez Rodrigues, apontado pela polícia como suspeito de ser um dos mentores da ação, fugiu do 65º DP 29 dias antes

Fugitivo planejou o sequestro dos Bordon

GILMAR PENTEADO
PALOMA COTES

DA REPORTAGEM LOCAL

Juarez Rodrigues, suspeito de ser um dos mentores do sequestro da dona-de-casa Cláudia Reali de Oliveira Ribeiro, 40, e de seus três filhos, fugiu da carceragem do 65º DP (Artur Alvim) 29 dias antes de a família ser capturada, apesar da denúncia de que ele seria resgatado.
Rodrigues foi preso no ano passado e confessou envolvimento em um assalto na casa de Cláudia, ocorrido em abril daquele ano. A polícia acredita que ele voltou à casa dela no dia 14 de março deste ano para sequestrar a família. Seis homens participaram da ação.
No assalto, ele e dois comparsas levaram cerca de R$ 1 milhão em jóias e em dólares, mais do que o dobro do valor do resgate pago pela libertação dos três filhos -João, 16, Antônio, 14, e Luís Felipe Bordon, 11- da dona-de-casa, que ficou em R$ 420 mil.
Na época, o empresário Alcides Diniz, namorado de Cláudia, também morava no local.
Rodrigues foi um dos 34 presos que fugiram do 65º DP no dia 17 de fevereiro deste ano, depois de serrarem as grades e arrombarem uma porta lateral. Apesar disso, nenhum carcereiro disse ter ouvido barulho antes que os presos atingissem a rua.
Antes da fuga, Rodrigues ficou períodos breves em outros distritos por causa de uma denúncia de que seria resgatado.
Segundo policiais que atuaram na prisão de Rodrigues, em junho de 2001, ele confessou ser o mentor do assalto. A parte operacional do roubo à casa ficou a cargo de Amadeu Geraldo de Souza, que continua preso.
A polícia acredita que o resgate de presos no Cadeião de Pinheiros, no último dia 9 de março, tinha o objetivo de libertar Souza. Dez homens com metralhadores usaram coletes da Polícia Civil.
O terceiro participante do assalto à casa, identificado apenas como Cido, está foragido. A polícia desconfia que ele também tenha participado do sequestro.
Quando foi preso, Rodrigues tinha repassado as jóias por R$ 100 mil. Com o dinheiro, comprou uma picape Ranger e um lava-carros na favela de Paraisópolis (zona sul de São Paulo).
Ontem, um dia depois da libertação, os filhos de Cláudia permaneceram em casa, recebendo visitas de amigos e parentes. Segundo uma tia dos garotos, a família continuará morando na casa de Alcides Diniz.
A família, segundo ela, não pretende se mudar do país, mas, desde o início do sequestro, decidiu que teria "alguma espécie de segurança particular".
Como estão em férias escolares -por estarem matriculados em um colégio britânico que adota calendário diferente-, os garotos devem passar este mês viajando com o pai, João Geraldo Bordon, e depois com a mãe.



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