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VIOLÊNCIA
Após assaltar apartamento de empresário, quadrilha trocou tiros com policiais nas ruas do bairro; seis ficaram feridos
Tiroteio em Santos deixa quatro mortos
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Quatro pessoas morreram e seis
ficaram feridas em decorrência de
um tiroteio entre policiais militares e assaltantes na noite de anteontem nas ruas do trecho residencial do bairro do Gonzaga, em
Santos, no litoral paulista.
Três dos mortos são Fábio Tamulis, 24, Elienio Pereira do Nascimento, 24, e Edilson de Santana
Reis, 34, membros do bando que
tentou assaltar o apartamento do
empresário Eleodoro Alves da
Costa, 46, na avenida Washington
Luiz, a menos de duas quadras da
orla. O outro morto é o desempregado Thiago Simão Costa, 24,
atingido nas costas por uma bala
perdida quando passava pelo local. Na mesma circunstância, sofreram ferimentos a bala outros
quatro pedestres -três homens e
uma mulher-, além de dois
PMs, alvejados no confronto.
O plano do assalto começou a
ser executado de manhã, na cidade vizinha de Cubatão, após um
grupo de pelo menos 15 pessoas
sequestrar e manter em cativeiro
o porteiro noturno Gilson Henrique dos Santos, 30, e os pais dele.
Segundo as polícias Civil e Militar, o porteiro foi levado à noite
com os olhos vendados para o local de trabalho. Sob a ameaça de
armas e em troca da garantia da
vida dos pais, chamou por interfone o empresário, dono de uma
casa de câmbio e turismo e morador do primeiro andar, dizendo
que havia problemas com o carro
dele, estacionado na garagem.
Ao descer, o empresário teria
gritado por socorro, o que supostamente motivou um telefonema
para o serviço 190 da PM. A chegada do primeiro veículo da PM
coincidiu com a tentativa de fuga
dos assaltantes, que passaram a
atirar contra os policiais. Dezenove disparos atingiram o carro por
todos os lados, até pelo teto.
Após a chegada de reforços, cerca de 60 policiais passaram a enfrentar os assaltantes nas ruas
próximas. Um dos feridos estava
sentado à mesa de um bar ao ser
atingido por uma bala perdida.
Três assaltantes foram mortos
durante o enfrentamento. Parte
do grupo escapou.
Nas paredes dos prédios e nos
carros estacionados, ficaram marcas de tiros de fuzil, metralhadora
e pistola. No chão, restaram projéteis deflagrados, além de cartuchos de munição, dois fuzis AR-15
e um radiocomunicador, abandonados pelos assaltantes em fuga.
O delegado Flávio Máximo, titular do 7º DP, disse que o principal objetivo da quadrilha era praticar o assalto, porque supunham
encontrar no apartamento grande quantidade de dólares. Durante a ação, eles ameaçaram o empresário e os familiares de sequestro. Jóias, R$ 1.000 e US$ 905 em
dinheiro levados pelo bando foram recuperados.
Segundo o delegado, a polícia
buscava informações sobre a origem da quadrilha, supostamente
da zona leste de São Paulo. Os documentos achados nos corpos
dos assaltantes mortos estão sendo analisados para verificar se são
legítimos ou falsificados.
Até a manhã de ontem, três carros que teriam sido usados pela
quadrilha foram encontrados
abandonados em diferentes bairros de Santos. No interior dos veículos, havia três carregadores de
munição, 64 projéteis de fuzis e
metralhadoras, um fuzil Rugel e
uma metralhadora Thompson.
Até ontem à noite, os policiais
ainda procuravam pistas do cativeiro, onde parte do bando permaneceu enquanto os demais
executavam o assalto. Colocados
num carro pelos integrantes do
grupo, os pais do porteiro foram
libertados no trecho de Cubatão
da via Anchieta, rodovia que liga
São Paulo à Baixada Santista.
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