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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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VIOLÊNCIA

Após assaltar apartamento de empresário, quadrilha trocou tiros com policiais nas ruas do bairro; seis ficaram feridos

Tiroteio em Santos deixa quatro mortos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas em decorrência de um tiroteio entre policiais militares e assaltantes na noite de anteontem nas ruas do trecho residencial do bairro do Gonzaga, em Santos, no litoral paulista.
Três dos mortos são Fábio Tamulis, 24, Elienio Pereira do Nascimento, 24, e Edilson de Santana Reis, 34, membros do bando que tentou assaltar o apartamento do empresário Eleodoro Alves da Costa, 46, na avenida Washington Luiz, a menos de duas quadras da orla. O outro morto é o desempregado Thiago Simão Costa, 24, atingido nas costas por uma bala perdida quando passava pelo local. Na mesma circunstância, sofreram ferimentos a bala outros quatro pedestres -três homens e uma mulher-, além de dois PMs, alvejados no confronto.
O plano do assalto começou a ser executado de manhã, na cidade vizinha de Cubatão, após um grupo de pelo menos 15 pessoas sequestrar e manter em cativeiro o porteiro noturno Gilson Henrique dos Santos, 30, e os pais dele.
Segundo as polícias Civil e Militar, o porteiro foi levado à noite com os olhos vendados para o local de trabalho. Sob a ameaça de armas e em troca da garantia da vida dos pais, chamou por interfone o empresário, dono de uma casa de câmbio e turismo e morador do primeiro andar, dizendo que havia problemas com o carro dele, estacionado na garagem.
Ao descer, o empresário teria gritado por socorro, o que supostamente motivou um telefonema para o serviço 190 da PM. A chegada do primeiro veículo da PM coincidiu com a tentativa de fuga dos assaltantes, que passaram a atirar contra os policiais. Dezenove disparos atingiram o carro por todos os lados, até pelo teto.
Após a chegada de reforços, cerca de 60 policiais passaram a enfrentar os assaltantes nas ruas próximas. Um dos feridos estava sentado à mesa de um bar ao ser atingido por uma bala perdida. Três assaltantes foram mortos durante o enfrentamento. Parte do grupo escapou.
Nas paredes dos prédios e nos carros estacionados, ficaram marcas de tiros de fuzil, metralhadora e pistola. No chão, restaram projéteis deflagrados, além de cartuchos de munição, dois fuzis AR-15 e um radiocomunicador, abandonados pelos assaltantes em fuga.
O delegado Flávio Máximo, titular do 7º DP, disse que o principal objetivo da quadrilha era praticar o assalto, porque supunham encontrar no apartamento grande quantidade de dólares. Durante a ação, eles ameaçaram o empresário e os familiares de sequestro. Jóias, R$ 1.000 e US$ 905 em dinheiro levados pelo bando foram recuperados.
Segundo o delegado, a polícia buscava informações sobre a origem da quadrilha, supostamente da zona leste de São Paulo. Os documentos achados nos corpos dos assaltantes mortos estão sendo analisados para verificar se são legítimos ou falsificados.
Até a manhã de ontem, três carros que teriam sido usados pela quadrilha foram encontrados abandonados em diferentes bairros de Santos. No interior dos veículos, havia três carregadores de munição, 64 projéteis de fuzis e metralhadoras, um fuzil Rugel e uma metralhadora Thompson.
Até ontem à noite, os policiais ainda procuravam pistas do cativeiro, onde parte do bando permaneceu enquanto os demais executavam o assalto. Colocados num carro pelos integrantes do grupo, os pais do porteiro foram libertados no trecho de Cubatão da via Anchieta, rodovia que liga São Paulo à Baixada Santista.


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