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Com maior rede, SP tem déficit
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo o Estado que possui o
maior número de leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva)
do país não consegue atender
prontamente a todos os pacientes
que precisam desse tipo de assistência médica. As razões para que
isso aconteça ainda não foram estudadas pela Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo.
Em pouco mais de cem dias (do
início do ano até 18 de abril), 426
pessoas que precisavam de UTI
não foram internadas imediatamente na rede paulista do SUS
(Sistema Único de Saúde) e 20
morreram (4,6%) nas primeiras
24 horas ou 48 horas sem serem
acolhidas. Segundo Iracema Leonardi, coordenadora de planejamento da secretaria, não é possível saber se as mortes foram decorrentes da gravidade dos casos
ou da falta de leitos.
De acordo com Leonardi, a falta
de equipamentos e de pessoal no
momento em que a UTI foi necessária podem justificar as dificuldades do atendimento.
As 426 ocorrências de pessoas
não internadas imediatamente
foram parar no Plantão Controlador Metropolitano, central de vagas gerenciada pelo Estado que
encaminha os casos que não foram resolvidos pelas centrais regionais de regulação.
Do total, 161 (37,7%) foram resolvidas com intermediação do
órgão. Mais da metade (245) dos
pedidos de vagas foi cancelada
pois o caso acabou sendo resolvido localmente ou a UTI não era
indicada -esta avaliação é feita
com base em relatórios médicos.
O Ministério da Saúde recomenda que de 8% a 10% do total
de leitos seja de UTI. São Paulo
tem 44.981 leitos do SUS, sendo
4.082 vagas de terapia intensiva
(9%), segundo a secretaria -os
dados do ministério diferem.
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