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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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Com maior rede, SP tem déficit

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo o Estado que possui o maior número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do país não consegue atender prontamente a todos os pacientes que precisam desse tipo de assistência médica. As razões para que isso aconteça ainda não foram estudadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Em pouco mais de cem dias (do início do ano até 18 de abril), 426 pessoas que precisavam de UTI não foram internadas imediatamente na rede paulista do SUS (Sistema Único de Saúde) e 20 morreram (4,6%) nas primeiras 24 horas ou 48 horas sem serem acolhidas. Segundo Iracema Leonardi, coordenadora de planejamento da secretaria, não é possível saber se as mortes foram decorrentes da gravidade dos casos ou da falta de leitos.
De acordo com Leonardi, a falta de equipamentos e de pessoal no momento em que a UTI foi necessária podem justificar as dificuldades do atendimento.
As 426 ocorrências de pessoas não internadas imediatamente foram parar no Plantão Controlador Metropolitano, central de vagas gerenciada pelo Estado que encaminha os casos que não foram resolvidos pelas centrais regionais de regulação.
Do total, 161 (37,7%) foram resolvidas com intermediação do órgão. Mais da metade (245) dos pedidos de vagas foi cancelada pois o caso acabou sendo resolvido localmente ou a UTI não era indicada -esta avaliação é feita com base em relatórios médicos.
O Ministério da Saúde recomenda que de 8% a 10% do total de leitos seja de UTI. São Paulo tem 44.981 leitos do SUS, sendo 4.082 vagas de terapia intensiva (9%), segundo a secretaria -os dados do ministério diferem.


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