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LIXO
Iniciativas não tiveram sucesso na redução do mau cheiro
Prefeitura diz que fechará usina de compostagem no 1º semestre de 2005
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Serviços e Obras
da Prefeitura de São Paulo informou que vai fechar a usina de
compostagem da Vila Leopoldina, na zona oeste, no primeiro semestre de 2005. O espaço será
transformado em um parque.
Os detalhes do cronograma de
desativação serão apresentados
na próxima quarta-feira ao secretário de Estado do Meio Ambiente, José Goldemberg.
A desativação da usina é cobrada por moradores da região em
razão do mau cheio que a compostagem provoca no entorno. A
Vila Leopoldina já foi um bairro
essencialmente industrial, mas
hoje se depara com uma expansão de empreendimentos residenciais de classe média.
A decisão da prefeitura se dá
após a ameaça de interdição dela
pelo Estado, já que a Cetesb
(agência ambiental) já havia emitido laudo apontando que não havia outra saída para minimizar os
odores a não ser fechá-la.
A prefeitura, que no final de
2003 fez investimentos, sem sucesso para tentar reduzir os odores, sempre alegou que a interdição provocaria um colapso dentro do sistema de limpeza. Afirmava ainda que não teria como
romper os contratos com a Vega,
operadora da usina, que vencem
em novembro de 2005.
A administração municipal defendia que a desativação fosse feita somente depois da construção
de novas usinas de compostagem
em São Paulo, previstas nos contratos de concessão da coleta do
lixo -cuja licitação foi suspensa
por liminar na semana passada. A
concorrência estabelecia três anos
para elas serem inauguradas.
A Secretaria de Serviços e Obras
informou ontem que a nova decisão é irreversível. Diz que foram
feitos estudos para levar os resíduos para aterros -já que a usina
da Vila Leopoldina, inaugurada
em 1974, é a única em funcionamento hoje- e que foi feito um
acordo com a Vega para a interrupção do contrato de operação.
Em 2003, os vizinhos do bairro
chegaram a coletar mais de 7.000
assinaturas pelo fechamento da
usina e fizeram 232 queixas à Cetesb. Ela opera além de sua capacidade: recebe cerca de 700 t diárias de lixo e poderia processar
400 t por dia. O que sobra fica armazenado por muito tempo, piorando os fortes odores.
A venda média do pré-composto não chegou a 300 t diárias até
outubro de 2003. Mesmo tendo
um custo baixo -R$ 1,5 a tonelada-, ele não é recomendado por
entidades de agricultores.
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