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1 em cada 13 cidades decretou emergência
São 141 os municípios do Nordeste onde essa situação já é oficial devido às enchentes; mortes desde abril chegam a 34
Exército mobilizou 710 homens para atuar no Piauí, no Maranhão e no Ceará; tropas devem ficar na região por pelo menos 30 dias
DA AGÊNCIA FOLHA
Pelo menos uma em cada 13
cidades do Nordeste já decretou situação de emergência por
causa das chuvas que atingem a
região desde o início de abril.
São 141 municípios em seis
Estados (BA, CE, MA, PE, PI e
RN). Não há cidades sob emergência em Alagoas e na Paraíba,
embora os dois tenham sido
atingidos pelos temporais. O
total de mortes já chega a 34.
Ontem foram confirmadas cinco mortes -três no Ceará, uma
na Bahia e outra no Maranhão.
Com o reconhecimento da situação de emergência, um município pode fazer compras
sem licitação, entre outras facilidades. A Defesa Civil avalia os
casos. Se os pedidos forem homologados, os municípios passam a receber os benefícios.
Ajuda militar
O Exército mobilizou 710 homens para atuar em 11 municípios no Maranhão, no Piauí e
no Ceará. Os militares trabalham em resgate de vítimas,
transporte de pessoas e móveis
e distribuição de donativos.
O maior contingente está no
Maranhão -Estado com o
maior número de cidades em
situação de emergência (61 das
217) e com nove mortes-, onde
as tropas tentam recuperar
duas rodovias federais.
Uma ponte militar flutuante
está sendo levada de caminhão
do Rio Grande do Sul para recompor um trecho da BR-316,
entre São Luís e Trizidela do
Vale. A viagem deve levar pelo
menos seis dias.
Segundo o Comando Militar
do Nordeste, há 437 militares
trabalhando em seis cidades
maranhenses, incluindo São
Luís. Outros 123 atuam em Teresina e em Barras, no Piauí. As
tropas devem permanecer nos
Estados por ao menos 30 dias.
Em Salvador (BA), onde o
número de famílias atingidas
chega a 225, o corpo de uma
mulher arrastada pela enxurrada foi localizado ontem, elevando a seis os mortos na cidade.
No Ceará, outras três mortes
causadas pelas chuvas também
foram confirmadas ontem, todas por afogamento. Com isso,
o Estado é o que mais tem mortes: 12. Abrigos improvisados
em salas de aulas, inundações e
falta de acesso exigiram o cancelamento das aulas em ao menos 84 escolas da rede estadual.
Verba inútil
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que é inútil enviar dinheiro
já para reconstruir os Estados
atingidos pelas cheias, já que as
cidades estão "debaixo d'água".
Segundo ele, até uma medida
emergencial, como a liberação
de R$ 300 por família para retirá-las de abrigos e custear o
aluguel de moradias, é inócua,
porque é "difícil encontrar casa
para alugar nesta situação". O
ministro participou de reunião
com o governo da Paraíba para
avaliar a situação no Estado.
No entendimento de Geddel,
responsável pela Defesa Civil, a
solução definitiva dos problemas causados pelas chuvas não
depende só do Estado, mas
também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas
impróprias, como encostas e
margens de rios.
"É preciso um trabalho de
convencimento [para retirá-las] que não é fácil."
(RENATA BAPTISTA, GUSTAVO HENNEMANN, SÍLVIA FREIRE E FÁBIO GUIBU)
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