São Paulo, sexta-feira, 08 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

1 em cada 13 cidades decretou emergência

São 141 os municípios do Nordeste onde essa situação já é oficial devido às enchentes; mortes desde abril chegam a 34

Exército mobilizou 710 homens para atuar no Piauí, no Maranhão e no Ceará; tropas devem ficar na região por pelo menos 30 dias


DA AGÊNCIA FOLHA

Pelo menos uma em cada 13 cidades do Nordeste já decretou situação de emergência por causa das chuvas que atingem a região desde o início de abril.
São 141 municípios em seis Estados (BA, CE, MA, PE, PI e RN). Não há cidades sob emergência em Alagoas e na Paraíba, embora os dois tenham sido atingidos pelos temporais. O total de mortes já chega a 34. Ontem foram confirmadas cinco mortes -três no Ceará, uma na Bahia e outra no Maranhão.
Com o reconhecimento da situação de emergência, um município pode fazer compras sem licitação, entre outras facilidades. A Defesa Civil avalia os casos. Se os pedidos forem homologados, os municípios passam a receber os benefícios.

Ajuda militar
O Exército mobilizou 710 homens para atuar em 11 municípios no Maranhão, no Piauí e no Ceará. Os militares trabalham em resgate de vítimas, transporte de pessoas e móveis e distribuição de donativos.
O maior contingente está no Maranhão -Estado com o maior número de cidades em situação de emergência (61 das 217) e com nove mortes-, onde as tropas tentam recuperar duas rodovias federais.
Uma ponte militar flutuante está sendo levada de caminhão do Rio Grande do Sul para recompor um trecho da BR-316, entre São Luís e Trizidela do Vale. A viagem deve levar pelo menos seis dias.
Segundo o Comando Militar do Nordeste, há 437 militares trabalhando em seis cidades maranhenses, incluindo São Luís. Outros 123 atuam em Teresina e em Barras, no Piauí. As tropas devem permanecer nos Estados por ao menos 30 dias.
Em Salvador (BA), onde o número de famílias atingidas chega a 225, o corpo de uma mulher arrastada pela enxurrada foi localizado ontem, elevando a seis os mortos na cidade.
No Ceará, outras três mortes causadas pelas chuvas também foram confirmadas ontem, todas por afogamento. Com isso, o Estado é o que mais tem mortes: 12. Abrigos improvisados em salas de aulas, inundações e falta de acesso exigiram o cancelamento das aulas em ao menos 84 escolas da rede estadual.

Verba inútil
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que é inútil enviar dinheiro já para reconstruir os Estados atingidos pelas cheias, já que as cidades estão "debaixo d'água".
Segundo ele, até uma medida emergencial, como a liberação de R$ 300 por família para retirá-las de abrigos e custear o aluguel de moradias, é inócua, porque é "difícil encontrar casa para alugar nesta situação". O ministro participou de reunião com o governo da Paraíba para avaliar a situação no Estado.
No entendimento de Geddel, responsável pela Defesa Civil, a solução definitiva dos problemas causados pelas chuvas não depende só do Estado, mas também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas impróprias, como encostas e margens de rios.
"É preciso um trabalho de convencimento [para retirá-las] que não é fácil."
(RENATA BAPTISTA, GUSTAVO HENNEMANN, SÍLVIA FREIRE E FÁBIO GUIBU)


Texto Anterior: Justiça manda dona de 26 animais ficar só com 4
Próximo Texto: No Norte, um bebê morre e cobras aparecem em casas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.