|
Texto Anterior | Índice
MARIA DO CÉO FERREIRA CARVALHAES
(1913-2010)
A regente do primeiro coral de SP para casamentos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na rua Itassucê, zona oeste
de São Paulo, cerca de 30 senhoras cantoras passaram a
se reunir para soltar a voz. No
endereço morava Maria do
Céo Ferreira Carvalhaes, a
fundadora do coral que seria o
primeiro da cidade para casamentos, como conta a família.
Céo era cantora, mas sua
função no conjunto que ensaiava em sua casa era reger.
Quando precisou dar um nome ao grupo, não teve muitas
dúvidas: batizou-o de coral
Itassucê, palavra em tupi cujo
significado é "faca de pedra".
O conjunto durou por cerca
de 50 anos, diz a família. Só
encerrou as atividades porque seus integrantes foram
chegando à casa dos 90 anos.
Enquanto esteve unido, o
Itassucê contou com "vozes
de anjos", diz Cecília, uma das
sobrinhas da regente.
Na época de criança, Céo
aprendeu a tocar piano -o
que fez até o fim da vida. Dona
de uma voz bonita, chegou a
se apresentar como soprano
no teatro municipal.
Era também muito religiosa, de ir à missa todos os domingos. Por anos, trabalhou
para a Liga das Mulheres Católicas. Dirigiu um lar para
idosos e um educandário.
Devido a uma pneumonia,
foi internada na Beneficência
Portuguesa, que seu pai,
Francisco, ajudou a fundar.
Viúva há cerca de 20 anos
-foi casada com o dono de
uma empresa de café-, morreu na quinta, aos 96, após um
infarto. Não teve filhos.
A missa de sétimo dia será
na quarta-feira, às 17h, na capela do Lar Sant" Ana, na rua
Bernarda Luiz, 29, Alto de Pinheiros, São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Índice
|