|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PLÁSTICA DIVINA
Artista brasileiro abandona a tradicional expressão de sofrimento por sensibilidade e glória
Crucifixo já traz a nova imagem de Jesus
da Reportagem Local
Um crucifixo criado por Cláudio
Pastro, onde Cristo aparece ressuscitado vestindo uma túnica
longa e com os braços estendidos,
foi adotado pelo Celam, Conselho
Episcopal Latino-Americano. O
Celam reúne os bispos da América
Latina e é uma espécie de Vaticano
para o continente.
O novo crucifixo já vem sendo
usado há dois anos nas publicações do conselho que se referem ao
Terceiro Milênio.
A cruz de Pastro tem os quatro
lados equidistantes e a cabeça de
Cristo ocupa seu centro. O Cristo
morto, semidespido, com a cabeça
caída e expressão de sofrimento, é
substituído por um "Cristo vivo,
ressuscitado, que mantém apenas
o olhos cerrados", afirma o artista.
Um cordeiro, no alto da cruz,
simboliza o sacrifício. "Cláudio
Pastro criou a imagem de um Cristo glorioso e sensível", afirma
monsenhor Christian Precht Bañado, secretário-adjunto do Celam em Bogotá, na Colômbia.
Segundo o monsenhor, Pastro é
o artista que vem recuperando o
sentido estético da religião, deixado de lado com o Concílio Vaticano 2º. "A estética na igreja está retomando seu lugar graças a ele."
Para Pastro, a cruz que escolheu
é a cósmica ou grega, com os lados
iguais e a cabeça do Cristo no
meio, representando o centro do
universo. "A outra cruz, aquela
com a haste inferior mais longa, é a
cruz latina, a cruz da morte."
O crucifixo foi feito em 1994. Segundo Bañado, esse "Cristo glorioso mesmo na cruz" era comum
na arte religiosa do primeiro milênio. O trabalho original de Pastro
tem 40 cm por 40 cm e foi batizado
de Pax Vobis, que quer dizer "a
paz vou dou". Os traços do rosto
do Cristo desse crucifixo são os
mesmos das pinturas de Pastro.
(AURELIANO BIANCARELLI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|