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Terceirizado custa mais para o Estado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O modelo de terceirização de
hospitais estaduais é defendido
pelo governo baiano como sinônimo de maior eficiência a
um menor custo.
Em pelo menos um caso, a
realidade é diferente. De acordo com análise de custos feita
pela própria Secretaria da Saúde no ano passado, um hospital
de 50 leitos em Ibotirama (a
646 km de Salvador), primeiro
a passar pelo processo de terceirização na Bahia, está custando aos cofres públicos mais
que o dobro de um outro de
mesmo número de leitos em
Ipiaú (a 353 km da capital), que
continua sendo gerido pelo Estado.
Enquanto o custeio de Ibotirama é de R$ 246.493 por mês,
o de Ipiaú é R$ 113.723 no mesmo período. E os hospitais têm
porte semelhante: o de Ibotirama fez 16.151 internações em
99, contra 13.486 em Ipiaú.
O custo mensal de cada leito
do hospital terceirizado é R$
2.458,50 maior do que o de gestão pública. Isso representa
81% a mais que o gasto em
Ipiaú (R$ 3.035,70).
O faturamento mensal da
unidade de Ibotirama representa pouco mais que o dobro
da de Ipiaú. Mas o lucro fica
com a empresa SM Assessoria
Empresarial e Gestão Hospitalar, gestora do hospital, e não
com o Estado.
O faturamento em Ibotirama
é de R$ 115.426. Na outra unidade, chega a R$ 56.132. Segundo o governo estadual, a unidade terceirizada custa R$ 77.450
a mais para a Bahia do que a
pública.
O diretor operacional da SM,
Alex Carvalho, disse desconhecer a situação do hospital de
Ipiaú. "Não conheço a unidade
de Ipiaú, mas acho que é muito
pouco dinheiro para gerir um
hospital."
Carvalho diz que o custeio do
hospital de Ibotirama é mais
barato que de outros similares
sob a gestão estatal.
Ele cita um comparativo com
o Menandro Faria, hospital de
administração do Estado em
Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, que possui 57 leitos, sete a mais do que
o hospital de Ibotirama.
O Menandro tem gasto R$
108.549 maior do que o de Ibotirama, de acordo com a secretaria.
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