São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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Terceirizado custa mais para o Estado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O modelo de terceirização de hospitais estaduais é defendido pelo governo baiano como sinônimo de maior eficiência a um menor custo.
Em pelo menos um caso, a realidade é diferente. De acordo com análise de custos feita pela própria Secretaria da Saúde no ano passado, um hospital de 50 leitos em Ibotirama (a 646 km de Salvador), primeiro a passar pelo processo de terceirização na Bahia, está custando aos cofres públicos mais que o dobro de um outro de mesmo número de leitos em Ipiaú (a 353 km da capital), que continua sendo gerido pelo Estado.
Enquanto o custeio de Ibotirama é de R$ 246.493 por mês, o de Ipiaú é R$ 113.723 no mesmo período. E os hospitais têm porte semelhante: o de Ibotirama fez 16.151 internações em 99, contra 13.486 em Ipiaú.
O custo mensal de cada leito do hospital terceirizado é R$ 2.458,50 maior do que o de gestão pública. Isso representa 81% a mais que o gasto em Ipiaú (R$ 3.035,70).
O faturamento mensal da unidade de Ibotirama representa pouco mais que o dobro da de Ipiaú. Mas o lucro fica com a empresa SM Assessoria Empresarial e Gestão Hospitalar, gestora do hospital, e não com o Estado.
O faturamento em Ibotirama é de R$ 115.426. Na outra unidade, chega a R$ 56.132. Segundo o governo estadual, a unidade terceirizada custa R$ 77.450 a mais para a Bahia do que a pública.
O diretor operacional da SM, Alex Carvalho, disse desconhecer a situação do hospital de Ipiaú. "Não conheço a unidade de Ipiaú, mas acho que é muito pouco dinheiro para gerir um hospital."
Carvalho diz que o custeio do hospital de Ibotirama é mais barato que de outros similares sob a gestão estatal.
Ele cita um comparativo com o Menandro Faria, hospital de administração do Estado em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, que possui 57 leitos, sete a mais do que o hospital de Ibotirama.
O Menandro tem gasto R$ 108.549 maior do que o de Ibotirama, de acordo com a secretaria.


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