São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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VIOLÊNCIA

Maureen Devasa, 22, foi pega em Sorocaba e passou por sete cativeiros até ser encontrada, em Mauá (Grande SP)

Após 91 dias, jovem sequestrada é libertada

Flávio Grieger/Folha Imagem
Quatro acusados de sequestrar a estudante Maureen Devasa são apresentados pela polícia em SP


DA REPORTAGEM LOCAL

DO "AGORA"

A Polícia Civil estourou ontem o sétimo cativeiro de Maureen Cristina Jamas Devasa, 22, sequestrada há 91 dias, em Mauá (Grande SP). Filha do dono da Ruff Distribuidora de Petróleo, em Sorocaba (100 km de SP), a estudante foi levada para casa e passa bem.
Quatro pessoas foram presas. A investigação foi feita por meio de uma ação coordenada das delegacias Anti-Sequestro do Rio e de São Paulo. Grampos telefônicos e troca de informações elucidaram a localização do cativeiro.
A polícia suspeita que o grupo esteja envolvido em pelo menos outros cinco grandes casos. Os presos Sérgio Batista de Abreu Filho, 31, o Negão, Emersom Vigídio dos Santos, 18, Daniel Apolinário Ferreira, 20, e José Garcia de Castro, 41, seriam especialistas em sequestros interestaduais, segundo o delegado Wagner Giúdice, da DAS paulista.
Até o momento, há confirmação do envolvimento de Negão e Santos no sequestro de Mário Augusto Ruy, sobrinho do governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (PTN), em 25 de abril. Ele ficou em quatro cativeiros em São Paulo, até ser solto.

Via Sedex
Segundo a polícia carioca, no caso há 40 dias, os sequestradores deslocavam-se constantemente entre o Rio, São Paulo e Minas Gerais para evitar sua localização. Da capital mineira, chegaram a enviar correspondência via Sedex para negociar o resgate.
Segundo a polícia, Maureen disse que passou por sete cativeiros, mas não soube localizá-los.
Inicialmente, a quadrilha pediu R$ 5 milhões. Após negociação, a família disse que não teria como pagar mais de R$ 450 mil. O grupo, então, teria dito, segundo a polícia, que não libertaria a estudante por menos de R$ 2 milhões.
Negão e Santos foram presos anteontem quando falavam em um orelhão, em Ipanema (zona sul do Rio). Os policiais descobriram a localização dos dois por meio de grampo telefônico.
Nos últimos dias, os sequestradores ligaram diversas vezes para a família, ao contrário da primeira semana quando houve apenas um contato. A identificação dos prefixos dos telefones, por parte da polícia paulista, permitiu que a DAS carioca localizasse o aparelho utilizado por Negão.
Trazida para São Paulo, a dupla levou a polícia a um cativeiro em Ribeirão Pires (Grande SP), onde encontraram José Garcia de Castro, 41, preso como cúmplice. A vítima, porém, já havia sido retirada do esconderijo.
De acordo com a polícia, Castro levou a equipe da DAS a uma casa no centro de Mauá (Grande SP), onde Maureen foi encontrada. Daniel Apolinário Ferreira, 20, foi preso cuidando do local. A quadrilha estaria preparando nova mudança de endereço, mas foi surpreendida pelos policiais.

Colaborou a SUCURSAL DO RIO

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