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Marta diz que merece benefício
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, disse ontem, durante cerimônia de lançamento do Farmácia Popular, que mereceu ser a
maior beneficiada com o programa porque herdou um "desarranjo enorme" na área da saúde
quando assumiu o posto, em janeiro de 2001.
Ontem, foram inauguradas dez
farmácias na capital paulista. No
próximo mês, serão mais dez.
"A saúde é talvez a área com o
maior nível de corrupção e falta
de atendimento que recebemos
[ao assumir a prefeitura]. Foi um
desafio gigantesco", afirmou.
Segundo a prefeita, a cidade deixou de receber do SUS R$ 100 milhões por ano por causa do PAS
(Plano de Atendimento à Saúde).
"Os hospitais foram deteriorando
e as unidades básicas também. Tivemos de contratar 40 mil funcionários por concurso para a saúde.
Foi um rearranjo inteiro", justificou a petista.
A assessoria do ex-prefeito Celso Pitta (PSL) não foi localizada
na noite de ontem para comentar
as críticas da prefeita.
O benefício à cidade de São Paulo também pode ser entendido
como uma ajuda do governo federal à gestão Marta, que buscará
a reeleição em outubro. Em conversas informais com a Folha, dirigentes do PT fazem essa leitura,
ao identificar três grandes preocupações entre os brasileiros que
elegerão os novos prefeitos: segurança, desemprego e saúde.
Suas pesquisas internas revelam
o mesmo panorama que se extrai
das planilhas do último levantamento do Datafolha, no final de
março: o sistema de saúde municipal é muito mal avaliado pelos
paulistanos. Apenas 12% dizem
que os serviços na cidade de São
Paulo são ótimos ou bons. Mais
da metade dos entrevistados
(55%) afirma que são ruins ou
péssimos.
(FS)
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