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Artistas brasileiros dizem ser vítimas de ameaça na Turquia
Líder do grupo diz que não recebeu o salário e que empresário turco o agrediu
HUDSON CORRÊA
DO RIO
Um grupo de dez artistas
brasileiros na Turquia relatou ontem ao consulado do
Brasil no país ter sofrido
agressões e ameaças de morte de um empresário turco no
fim da semana passada.
A companhia, que faz
shows com danças brasileiras e capoeira, diz ter sido
contratada para um série de
apresentações até o final de
outubro e que receberia US$
10 mil por mês.
O primeiro contato dos artistas com os empresários foi
via internet. Eles estão em
hotel pago pelos empresários, que também compraram a passagem do grupo para a Turquia e prometeram o
bilhete de volta para o fim do
trabalho.
Após um mês de apresentações, segundo Paulo Franco, 28, líder do grupo, os artistas não receberam o pagamento. Eles não têm dinheiro
para voltar ao Brasil.
Franco disse que resolveu,
então, pedir uma explicação
ao empresário turco que o
contratou, identificado como
Önder Bayram.
"Ele me agarrou pela nuca. Apertou o meu pescoço e
me levou para uma sala no
hotel e disse que iria me matar", afirmou Franco.
Alertada pelo filho, a mãe
de Franco, a artista plástica
Sheila Franco, fez contato
com o consulado.
CONSULADO
O cônsul-geral adjunto em
Istambul, na Turquia, Samuel Hindemburgo Bueno
dos Santos, afirmou que a situação dos brasileiros é comparável a "de exploração de
trabalho escravo".
Santos levou ontem o grupo à polícia turca, na cidade
de Bodrum, para relatar a
ameaça de morte e a exploração dos artistas do Rio.
Segundo o cônsul, o grupo
foi forçado pelos empresários turcos a negar à polícia
que sofreram qualquer tipo
de constrangimento.
O cônsul informou que os
artistas devem procurar hoje
a polícia que cuida de assuntos ligados a estrangeiros na
Turquia. "Eles querem receber o pagamento e voltar o
Brasil. Se tudo der certo,
amanhã [hoje] mesmo partimos para Istambul", afirmou
Santos.
A reportagem não conseguiu falar com o empresário
turco.
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