DA SUCURSAL DO RIO

A maior diversidade racial e social pode ser facilmente verificada em uma visita ao Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, instituição pioneira no Brasil na formação de professores. "Se você olhar as fotos de arquivo daqui, vai ver que quase não havia negros antes. Isso foi mudando e, hoje, já é comum", conta a estudante Márcia Nascimento, 46.
O instituto foi criado em 1880, ainda no Império, e, desde então, teve alunos e professores ilustres, como Cecília Meireles e Tonia Carrero (estudantes), Heitor Villa-Lobos e Anísio Teixeira (professores). Ele foi se adaptando às várias mudanças da legislação educacional. Até 2000, ainda formava professores no curso normal de nível médio. Hoje, a formação é no curso normal superior.
Os motivos que continuam levando futuros professores a procurarem formação no tradicional instituto são bastante distintos. Marta Solange, 32, conta, por exemplo, que pesou em sua decisão o fato de a concorrência no vestibular ser menor nos cursos de formação de professores do que em áreas como medicina ou direito.
Márcio Fonseca, 29, lembra também que é mais fácil achar emprego como professor do que em outras carreiras. Essa constatação combina com a da conclusão de um estudo divulgado na semana passada pelo Conselho Nacional de Educação, que estimou em 235 mil o déficit de professores para o ensino médio no Brasil.
Para Elen Cabral, diretora de ensino superior, a heterogeneidade dos alunos do curso é benéfica. "Ao conviverem aqui com a diversidade social, esses alunos estarão melhor preparados para lidar com a diversidade em sala de aula também".
Sandra Santos, diretora-geral do instituto, concorda, mas acrescenta: "A qualidade da formação do professor é fundamental para quebrar o circulo vicioso da educação brasileira, afinal, todos passam por ele. O médico ou o motorista, antes, aprenderam com o professor".


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