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Comissão cria propostas delirantes para "blindar" os Jardins
Idéias foram inspiradas em sugestões de segurança, factíveis ou não, da associação de moradores da região, uma das mais chiques da cidade de São Paulo
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA
Era uma vez uma região chique, muito chique, no coração
da maior cidade do Brasil. Os
súditos daquele reino viviam
felizes, protegidos em verdadeiras ilhas de tranqüilidade
em um território conflagrado.
Não havia muro entre os castelos. As garrafas das festas e a
sucata das constantes reformas
eram recolhidas com dia, hora e
local previamente agendados
por catadores selecionados,
que arrastavam carrocinhas
ecologicamente corretas, feitas
de garrafas pet. Todos se intitulavam "zeladores urbanos", vigiando quem entrava e saía das
ruas, providas de semáforos
propositalmente lentos para
inibir o tráfego de forasteiros.
Esse é o bairro dos sonhos do
presidente da AME Jardins
(Associação dos Moradores do
Jardim Europa, América, Paulista e Paulistano), Fabio Saboya, que se diz preocupado não
só com o seu quintal, mas também com quem o freqüenta.
"O sujeito que mora em Santana ou no Anália Franco tem
mais dinheiro que qualquer
morador dos Jardins, mas,
quando chega um parente no
fim de semana, ele traz para
passear na avenida Europa, para ver Ferrari. Ele não vai levar
na Brás Leme, na Voluntários
da Pátria ou na Cantareira."
Medidas
É por isso que o presidente
da associação de moradores,
apoiado no aumento real da criminalidade na região, propõe
uma série de medidas de segurança para proteger o entorno.
Inspirada pelos desejos
-factíveis ou não- da AME
Jardins, a Revista embarcou
num plano delirante de blindagem da área e convidou uma
comissão que se debruçou sobre o bairro dos sonhos. A seguir, dois dos resultados.
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