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Inspiradora de lei contra agressor de mulher, Maria da Penha é indenizada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O governo do Ceará pagou
ontem indenização de R$ 60
mil para a biofarmacêutica
Maria da Penha Maia Fernandes, 63, que deu nome à
lei federal de 2006 que pune
com mais rigidez os agressores de mulheres.
O pagamento veio com sete
anos de atraso. Em 2001, a
cearense obteve vitória na
Comissão Interamericana de
Direitos Humanos da OEA
(Organização dos Estados
Americanos), que determinou que o Estado pagasse indenização de US$ 20 mil por
não ter punido judicialmente
seu ex-marido, que a agredia
e tentou matá-la.
Após postergar o pagamento, o Estado decidiu pagá-la,
em valores corrigidos.
Para Maria da Penha, que
se tornou símbolo da luta
contra a violência doméstica
à mulher, a indenização recebida é uma vitória contra a
impunidade, mas não paga o
sofrimento que passou. "Essa
dor está ligada à violação da
integridade da pessoa, que o
Estado jamais poderá me pagar", disse, durante discurso
feito na Assembléia Legislativa do Ceará.
Maria da Penha sofreu
agressões do ex-marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, por seis anos.
Em 1983, foi alvo de duas tentativas de assassinato e ficou
paraplégica após ser baleada.
Apesar das provas, o processo judicial foi lento e quase
prescreveu. Viveros só foi
preso em 2002, um ano após a
decisão da OEA e 19 anos e
seis meses depois do crime.
Recebeu dez anos de prisão,
mas cumpriu menos de um
terço da pena e foi posto em
liberdade.
A demora da Justiça na
conclusão do caso levou Maria da Penha a procurar uma
corte internacional.
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