São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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Com baixa umidade do ar, SP entra em estado de atenção

Umidade deve chegar a 22% às 18h; exercícios ao ar livre devem ser suspensos

Massa de ar seco impede chegada de frente fria do Sul, dificultando ocorrência de chuvas e reduzindo a velocidade dos ventos


JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sem a perspectiva de chuva para os próximos dias na capital paulista, a umidade relativa do ar deve ficar abaixo dos 30% hoje, deixando a cidade em estado de atenção. Segundo o Climatempo, a umidade deve cair a 26%, às 15h, e a 22%, às 18h.
Com a baixa umidade, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a interrupção de atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h, devido à combinação entre ar seco e maior incidência de poluentes.
A maior concentração de ozônio no fim da manhã e início da tarde justifica a restrição neste horário, explica o epidemiologista ambiental Alfésio Braga, pesquisador do Laboratório de Poluição da USP.
"O ozônio é um poluente secundário que atua na luz do sol em contato com outros elementos", afirma o médico, apontando o crescimento de doenças respiratórias e cardiovasculares no inverno.
"Em 20 anos de estudos na USP, verificamos que os atendimentos desses casos crescem em 20% para crianças e adolescentes e 30% para idosos." Os mesmos estudos, segundo ele, também apontam aumento de mortes, entre 5% e 7%.
Segundo Braga, cada grupo apresenta um fator de risco. "Crianças até dois anos têm vias respiratórias mais estreitas, portanto, mais dificuldade em remover poluentes. Jovens passam muito tempo ao ar livre, em deslocamentos para escola e outras atividades. Idosos têm maior incidência de doenças anteriores que se agravam."
As recomendações, segundo ele, não se restringem aos exercícios. "Em casa, é bom beber bastante líquido e manter pequenas vasilhas com água -que deve ser sempre trocada."

A baixa umidade
O fenômeno é comum no inverno em toda a região Sudeste. A umidade relativa do ar diminui à tarde quando os nevoeiros que têm ocorrido pela manhã são dissipados pelo aumento da temperatura.
Uma massa de ar seco -também comum no Sudeste no inverno- bloqueia a entrada de frentes frias vindas do Sul, impedindo a ocorrência de chuvas e reduzindo a velocidade dos ventos. Os fatores contribuem para a concentração de poeira e monóxido de carbono.
"A poluição é dissipada por dois fatores: chuva e vento. Quando não chove e não venta, esse material fica concentrado", explica a meteorologista Aline Tochio, do Climatempo.


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