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Com baixa umidade do ar, SP entra em estado de atenção
Umidade deve chegar a 22% às 18h; exercícios ao ar livre devem ser suspensos
Massa de ar seco impede
chegada de frente fria do
Sul, dificultando ocorrência de chuvas e reduzindo
a velocidade dos ventos
JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sem a perspectiva de chuva
para os próximos dias na capital paulista, a umidade relativa
do ar deve ficar abaixo dos 30%
hoje, deixando a cidade em estado de atenção. Segundo o Climatempo, a umidade deve cair
a 26%, às 15h, e a 22%, às 18h.
Com a baixa umidade, a OMS
(Organização Mundial da Saúde) recomenda a interrupção
de atividades físicas ao ar livre
entre 11h e 15h, devido à combinação entre ar seco e maior incidência de poluentes.
A maior concentração de
ozônio no fim da manhã e início
da tarde justifica a restrição
neste horário, explica o epidemiologista ambiental Alfésio
Braga, pesquisador do Laboratório de Poluição da USP.
"O ozônio é um poluente secundário que atua na luz do sol
em contato com outros elementos", afirma o médico,
apontando o crescimento de
doenças respiratórias e cardiovasculares no inverno.
"Em 20 anos de estudos na
USP, verificamos que os atendimentos desses casos crescem
em 20% para crianças e adolescentes e 30% para idosos." Os
mesmos estudos, segundo ele,
também apontam aumento de
mortes, entre 5% e 7%.
Segundo Braga, cada grupo
apresenta um fator de risco.
"Crianças até dois anos têm
vias respiratórias mais estreitas, portanto, mais dificuldade
em remover poluentes. Jovens
passam muito tempo ao ar livre, em deslocamentos para escola e outras atividades. Idosos
têm maior incidência de doenças anteriores que se agravam."
As recomendações, segundo
ele, não se restringem aos exercícios. "Em casa, é bom beber
bastante líquido e manter pequenas vasilhas com água -que
deve ser sempre trocada."
A baixa umidade
O fenômeno é comum no inverno em toda a região Sudeste.
A umidade relativa do ar diminui à tarde quando os nevoeiros que têm ocorrido pela manhã são dissipados pelo aumento da temperatura.
Uma massa de ar seco -também comum no Sudeste no inverno- bloqueia a entrada de
frentes frias vindas do Sul, impedindo a ocorrência de chuvas
e reduzindo a velocidade dos
ventos. Os fatores contribuem
para a concentração de poeira e
monóxido de carbono.
"A poluição é dissipada por
dois fatores: chuva e vento.
Quando não chove e não venta,
esse material fica concentrado", explica a meteorologista
Aline Tochio, do Climatempo.
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