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Educadores divergem sobre brinde em escola
Para diretora da Faculdade de Educação da PUC, só a distribuição de produtos para alunos não é necessariamente ruim
Envolvimento de professor em ações de marketing é criticado; para sindicato da categoria, isso "parece desvirtuamento da função"
DA REPORTAGEM LOCAL
A promoção de merchandising nas escolas é polêmica entre especialistas em educação.
A pedagoga Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da PUC de São Paulo, diz
que funcionários não devem
ser envolvidos em distribuição
de brindes, mas que essas
ações, por si só, não são necessariamente ruins.
"Acho um problema quando
a escola fecha acordo com uma
só marca e não aceita distribuir
os concorrentes. Mas se o aluno
tem contato com mídia, conhece produtos, não há problema
em ganhar um presente", diz
ela, com ressalvas sobre a participação de docentes.
"Outra coisa é o funcionário
da escola vestir camiseta com
uma marca. Acho que, desse
modo, ele influencia demais os
alunos sobre a imagem daquele
produto."
Noffs está entre os educadores que não veem problemas,
por exemplo, em visitar fábricas e receber amostras grátis no
final do passeio.
Já o professor Vitor Paro, da
USP, é enfático ao criticar
ações educativas que envolvem
publicidade. "Acho o fim da picada. A escola, mesmo a particular, é um ambiente público,
onde alunos com a personalidade ainda em formação
aprendem valores. Envolver
professores em ações como essas, como em porta de vestibular, é uma vergonha", diz.
Celso Napolitano, vice-presidente do Sindicato dos Professores de SP, diz que é ruim a
participação de educadores em
merchandising. "Há um problema de credibilidade. Me parece um desvirtuamento da
função do professor", afirma.
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