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Preso, Bruno é chamado de "assassino"
Goleiro e amigo se entregaram à polícia após terem prisão decretada; mulher do jogador também foi detida
Advogado diz que atleta está "estarrecido" com declarações do primo de que Eliza Samudio foi morta e jogada aos cães
Rafael Andrade/Folhapress
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Goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, deixa a sede da Polinter no Andaraí, zona norte do Rio, após ter se entregado à polícia; atleta nega acusações
DIANA BRITO
FABIO GRELLET
LIANA LEITE
DO RIO
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
O goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, e o amigo
dele Luiz Henrique Ferreira
Romão, o Macarrão, foram
presos ontem acusados de ligação com o desaparecimento de Eliza Samudio, 25, ex-amante do atleta. Ao depor
na polícia, Bruno foi vaiado e
chamado de "assassino".
A prisão temporária de
cinco dias de Bruno e Macarrão foi decretada de manhã
pela Justiça. Na véspera, o
primo do goleiro, um garoto
de 17 anos, havia declarado à
polícia que Macarrão e ele sequestraram Eliza, que foi
morta e jogada aos cães.
O rapaz disse ainda que
Bruno soube do sequestro,
viu Eliza em seu sítio em Esmeraldas e pediu para que
resolvessem o "problema". O
jogador "não queria problema para seu lado, uma vez
que não saberia de nada",
disse no depoimento.
Michel Assef Filho, advogado do goleiro, disse que
seu cliente está "estarrecido,
muito assustado" com o depoimento.
Segundo a polícia, Bruno e
Macarrão não responderam
às perguntas feitas na Divisão
de Homicídios, onde estão
desde ontem à noite. Respondiam apenas: "Desconheço.
Só vou depor em juízo".
A situação de Bruno, que
desde o início do caso nega
as acusações, ficou ainda
mais complicada após a polícia de Minas ter afirmado que
o sangue encontrado em seu
veículo Range Rover, usado
por Macarrão e pelo garoto,
era mesmo de Eliza.
Bruno foi indiciado sob a
acusação de ser mandante
do sequestro de Eliza. Macarrão e o menino foram acusados de executar o crime.
Além deles, a Justiça de
MG decretou a prisão da mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues Souza, acusada de
ter escondido o filho de Eliza
(que ela dizia ser do jogador),
e mais quatro pessoas.
Apenas Dayanne e Sérgio
Rosa Sales Camelo, primo do
jogador, estão presos temporariamente por 30 dias. Ele
estava no Range Rover,
apreendido em 8 de junho
por documentação irregular
-até ontem, a polícia informara que só Cleiton da Silva
Gonçalves estava no carro.
Até o fim da tarde estavam
foragidos Wemerson Marques de Souza (o Coxinha),
Flávio Caetano de Araújo e o
administrador do sítio, Elenilson Vitor da Silva.
DEPOIMENTO
No depoimento, o garoto
afirmou que Bruno foi ao sítio para onde Elisa foi levada
após ser sequestrada e disse
para Macarrão e Sérgio Camelo "resolverem o problema, que não era dele."
Duas horas depois, o goleiro foi embora, afirmou.
No dia seguinte, Macarrão,
Camelo e o adolescente levaram Eliza e o bebê dela a um
sítio em Belo Horizonte, onde
encontraram um homem alto, negro, chamado Neném.
Segundo o menor, o homem amarrou os braços de
Eliza com uma corda e deu
uma gravata, que a sufocou.
Depois, o garoto disse tê-lo
visto passar carregando um
saco em direção a um canil
com quatro rotweillers. Neném teria lançado uma mão
da jovem para os cães. Os ossos teriam sido concretados.
FOLHA.com
Acompanhe os
desdobramentos do caso
folha.com.br/cotidiano
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